terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Shiraz - uma uva dois vinhos

Uma vez mais fiz um comparativo de dois vinhos da mesma variedade de uva. E uma vez mais a constatação de como o vinho pode ser tão diferente, apesar de ter sido vinificado com a mesma cepa. Desta vez testei a Shiraz ou Syrah. Esta uva na Europa normalmente é utilizada no corte (assemblage) de grandes vinhos, como em Bordeaux, por exemplo. No novo mundo, diferentemente, iremos encontrá-la também como uma varietal. Estes dois vinhos são bem distintos e bem distantes também, pois um e Sul-Africano e outro Argentino.

Vamos primeiramente ao Sul-Africano

STELLENZICHT AFRICA DO SUL 2005 SHIRAZ


Aqui se confirma o que muitos descrevem. Esta uva se deu muito bem naquelas terras do sul da África. Este vinho, apesar de não ser um top de linha, muito me agradou:

Na taça vermelho granada intenso, lágrimas espessas em profusão. No nariz nozes, pimenta, frutas maduras e couro no final. Estava um pouco fechado, mas delicado e harmonioso. Na boca vinho redondo, macio e agradável. Taninos médios e acidez equilibrada, levemente picante. Ótima companhia para um carne em tempero médio, ou simplesmente um bifão grelhado.
Comprei este vinho no Free Shop por cerca de U$20,00. Não é exatamente uma pechincha, mas acho que vale a pena. Bom vinho. Se você não conhece esta uva, ai esta um excelente representante.



NIETO SENETINER ARGENTINA 2005 SYRHAZ


Este aqui me confirma que a Malbec é que é a uva da Argentina. Este vinho esta literalmente quadrado. Especialmente por tê-lo tomado junto com o Sul-Africano, suas deficiências ficaram mais gritantes ainda. Já testei outros Shiraz Argentinos e de um modo geral esta foi minha impressão. Não deu certo.

Na taça vermelho embaçado, cor de amora. Lágrimas finas. No nariz ameixa madura, um pouco de especiarias, mas notadamente álcool. Na boca o vinho esta áspero, seco, muito picante. Taninos agressivos. Enfim, um vinho desagradável. Não tenho certeza se poderia evoluir, apesar de bem tânico ainda. Acho que faltou harmonia.
Comprei-o na Menu Especial por cerca de R$40,00. Sinceramente não valeu.

Fica ai mais uma vez a comprovação do quanto o terroir pode influenciar no resultado final de um vinho. Não basta apenas ter a uva certa, a vinícula mais moderna ou o Enólogo mais famoso. Sem Terroir não tem mágica.
A propósito, Torroir e a definição em Francês para o conjunto solo/clima de uma determinada região. Muitas vezes regiões muito próximas (apenas alguns quilômetros, ou até mesmo metros) têm sutis diferenças que resultam em vinhos bem diferentes.

2 comentários:

  1. Olá amigo!
    Li seus comentários e gostaria de colocar 2 pontos. O primeiro é o seguinte, esse vinho Benjamim Nieto, na minha modesta opinião, é ruim com qualquer uva... já tomei quase todos os da linha e não consegui encontrar 1 que me agradasse... o segundo ponto é o preço... R$ 40? Eu não pagava nem que fosse o último vinho da face da terra (risos)... aqui em Curitiba o preço dele é em torno de R$ 15, e te garanto que por esse preço tem opções muito mais interessantes... Parabéns pelo seu blog e um abraço!
    Aldo

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  2. Pois é Aldo, as vezes caimos nestas armadilhas. Este vinho só tenho acesso por lojas via internet. Ai como quero provar, as vezes gasto dinheiro a toa.
    Obrigado por seus comentários...
    Um grande abraço.

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