sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Campo Lindo Gran Reserva - 2001

Mais um belo exemplo de um bom vinho Espanhol. Este vinho é um corte de 70% Tempranillo e 30% Cabernet Sauvignon.
Na taça vermelho granada, intenso. No nariz madeira, nozes, frutas secas, um pouco de pimenta. Mas é na boca que este vinho mostra seu valor. Macio, gostoso, sedoso. A longa passagem em barricas esta ali presente, fazendo deste vinho uma excelente opção.
Além disso esta com um preço muito atrativo: R$29,90 no Zona Sul Supermercados. Com este preço vale a pena umas garrafas a mais para guardar, pois acho que ele aguenta bem pelo menos uns dois anos e deve inclusive evoluir um pouco....

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Espumante sem bolhinhas. O que aconteceu?

Venho a algum tempo tentando entender este fenômeno: porque em determinadas situações os espumantes não produzem bolhas. Afinal um espumante sem bolhas seria o mesmo que um chopp sem colarinho. A bebida parece morta. Tinha em mente de que o espumante é que não estava bom. Mas vejam o que descobri:
Li um artigo que falava sobre este assunto. Tratava-se de uma pesquisa realizada na Universidade de Raims, localizada no coração da região de Champangne. O físico Gérard Liger Belair descobriu que pequenas impurezas nas taças aumentavam em muito a produção de bolhas. Então taças imaculadamente lipas não são boas para apreciar um espumantes, vejam só.
Ainda assim pude observar que determinadas taças produziam mas bolhas que outras . Mas intrigado fiquei quando mudei minhas taças de espumantes, e as bolhas sumiram. Imaginei então que estava faltando sujeira (rsrsrsrs). Mas mesmo com as taças sendo secas com papel toalha, o que deixa bastante resíduos nas paredes, as bolhas se recusavam a aparecer.
Resolvi então colocar as taças que tinha em prova. E vejam o resultado nas fotos abaixo.






Descobri então que taças muito grandes e principalmente com o fundo mais achatado não produzem bolhas muito bem, ou como neste caso, bolha alguma.
As taças devem ser então menores e preferencialmente com o fundo em formato de V. Combinação perfeita para muitas e muitas bolhas.
Mas afinal porque as bolhas são tão importantes?
Além do aspecto estético, que confere todo o charme a esta bebida, as bolhas tem papel fundamental na dispersão dos odores do espumante. Elas são o resultado do gás carbonico, oriundo da segunda fermentação, se dispersando. Sendo assim, tomar um espumante sem bolhas o fara com muito menos odores e consequentemente menos sabor.
É isto, taças não tão limpinhas assim e com o formato adequado.
Tim tim e boas festas a todos......

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Salton Classic Merlot - 2008


Vez ou outra compro um vinho mais simples para uma teste e quem sabe descobrir alguma coisa boa por um preço módico.
Infelizmente não foi este o caso. Este Salton Classic Merlot 2008 não me agradou.
A Salton tem feito alguns vinhos que já aparecem em diversas publicações com pontuações muito boas. Seus espumantes estão muito bem cotados.
Mas neste vinho mais simples, infelizmente este acerto não aconteceu. O vinho ,em minha opinião esta no mínimo descuidado.
Na taça, vermelho rubi intenso. No nariz, quase nada. Um pouco de fruta madura, pimenta, mas notamente somente o alcool, apesar da graduação declarada de 12,5%. Na boca, taninos sumidos, achei um pouco ácido também.
Enfim, apesar do preço bem em conta (cerca R$15,00) não vale a pena.

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Enciclopédia do Vinho

Apesar do termo pretencioso de Enciclopédia, este e mais um bom livro que recomendo para os amantes do vinho.
Ganhei este livro de um grande amigo e estou "desgustando-o" bem devagar. O livro é muito bem acabado, com fotos magníficas e comentários bem feitos.
Livros sobre vinho tendem a ser um belo enfeite de mesa, pois de um modo geral são chatos e se referem a vinhos que não temos acesso facilmente.
Porém, neste caso, apesar das referências a vinhos difíceis de obter, as descrições das regiões produtoras e as observações sobre alguns vinhos destas regiões, são bem úteis para que possamos ter boas referências para futuras experimentações.
Um bom livro para quem já se sente atraído por vinhos um pouco mais sofisticados e também de regiões diferentes dos fáceis Chilenos e Argentinos para nós aqui no Brasil.
É um bom presente de final de ano também....

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vinho Verde - Club des Sommeliers



Este vinho é mais um dos vinhos que o grupo Pão de Açúcar tem a distribuição exclusiva. O grupo criou a marca Club des Sommeliers com o objetivo de trazer para suas lojas vinhos de boa qualidade com preços bem competitivos. Há vinhos de diversas regiões e este é um Vinho Verde de Portugal.
Já falei aqui sobre vinhos verdes (http://vinhoevida.blogspot.com/2009/07/dois-vinhos-diferentes.html). Mas apenas relembrando, trata-se de vinhos produzidos a noroeste de Portugal e que têm esta denominação como uma denominação de origem.
Este aqui não é exatamente um top de linha dos vinhos verdes, porém é um vinho agradável e que combina muito bem com petiscos leves ou um prato "branco". Sua combinação mais conhecida, o bacalhau, irá bem se for um prato mais leve (uma salada de bacalhau, por exemplo). Pratos mais pesados, como um bacalhau a Gomes de Sá, seria muito para este vinho uma vez que o mesmo é bem leve.
Na taça verde claro límpido, no nariz flores e um pouco de mel. Na boca bem mineral e refrescante. Resumindo um bom vinho para quem quer começar a conhecer os vinhos verdes e também um bom vinho branco de um modo geral. Além disso, ele anda pela casa dos R$16,00 o que é uma excelente relação custo benefício.

domingo, 29 de novembro de 2009


Mais um bom espumante para alegrar nossas tardes de verão.
Este é um Prosseco da Casa Valduga.
Veja que a denominação Prosseco esta associada aos espumantes Italianos, majoritariamente feitos a partir desta uva. Isso mesmo, Prosseco é o nome de uma uva típicamente Italiana e muito utilizada na vinificação de seus espumantes.
Esta uva esta se adaptando muito bem aqui no Brasil, e como a Itália não registrou esta denominação para seus espumantes, como a França o fez para os espumantes produzidos na região de Champangne, diversas vinículas vem então produzindo seus Prossecos.
Este me agradou muito, cor amarelo palha levemente esverdeada, perlage bonito e intenso (bolhinhas bem pequenas mesmo). No nariz, pera, maçã, mel e um pouco de manteiga.
Na boca, refrescante e com acidez correta e equilibrada.
Resumindo, uma excelente opção de espumante. Vale a pena conferir.




segunda-feira, 23 de novembro de 2009

San Fabiano - Chianti

Vez ou outra faço isso: abro uma de minhas adegas e sem muito critério pego um vinho que esteja por ali perdido. Afinal, muitos controles, muitas listas e uma preocupação excessiva com o vinho que se vai beber e com o que vai se beber, pode fazer desse ato tão gostoso, beber seu vinho, em algo meio mecânico.
Bom, numa destas investidas achei este vinho "perdido" e resolvi abri-lo, pois sabia que estava a tempo na adega.
Ai veio a surpresa. Baita vinho. Um Chianti com C maiúsculo.
Os Chiantis são produzidos na região da Toscana. Sou fã destes vinhos e da Toscana também. Afinal ali tem-se a conjunção perfeita entre um lugar mágico e um vinho soberbo.
E mais uma coisa interessante: não me lembro onde foi que comprei este vinho. Agora estou na caça. Se algum leitor colaborativo encontrá-lo, por favor, me diga...
Cor intensa, com bordas violáceas. Amora, madeira, baunilha, especiarias no nariz. Na boca acidez perfeita, taninos ótimos. É aquele vinho em que uma garrafa é pouco... Combinou muito bem com uma carne acompanhada de salada e purê...perfeito.
Se tu encontrares este vinho por ai, não tenha dúvida, compre o que der. Uma única garrafa é pouco mesmo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cava Don Román Brut

Verão cada vez mais perto, então vai ai mais um espumante para alegrar e refrescar nestes dias.
Este aqui é uma CAVA, denominação que os Espanhóis dão para seus espumantes.
A Espanha produz espumantes muito bons e este aqui apesar de não ser um top de linha representa com bastante dignidade as Cavas espanholas. Vale a pena esperimentar pois seu preço é bem razoável.
R$36,00 na Menu Especial (www.menuespecial.com.br) e este mês na compra de 3 garrafas vem como brinde um winecooler.
Na taça um cor bonita amarelo palha, perlage pequeno mais constante. Na boca bem citrico e refrescate. Um bom espumante.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Aimery Cuvée 1531 Brut


Eis um espumante bastante interessante. E curioso também, uma vez que se trata de um espumante Francês, mas não recebe a denominação de champangne, pois não é produzido na região demarcada de Champangne.
Mas é um belíssimo espumante, não deixando nada a dever aos seus congêneres demarcados.
Ele é produzido na região de Limoux, sudoeste da França.
Recentemente foi reconhecida como a região que produziu de fato o primeiro espumante da França e não a Dom Perignom em Champange.
Se voce pretende comprar um bom espumante e quer ter uma boa idéia dos famosos champangnes, esta é uma boa pedida. R$39,90 no Zona Sul.
É um corte de Mauzac, Chenin e Chardonay.
Sua degustação mostra um vinho leve e macio. Pelarge intenso e bonito. No nariz, frutas cítricas, morango, abacaxi. Na boca, boa acidez, bem equilibrado e refrescante.
Perfeito para estas tardes quentes de verão.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Vinhos no Verão

Estamos a caminho do verão e a idéia de que esta na hora de deixar os vinhos de lado e partir para a cerveja ou caipirinha começa a povoar nossas mentes certo?
Pois é, como dizia o humorista, há controvérsias! Eu pessoalmente gosto muito de uma bela tulipa de chopp bem gelada na beira da praia, mas de forma alguma abandono meus vinhos.
É claro que não da para levar aquele tinto encorpadão para a praia e ficar degustando com um peixinho frito ou queijo qualho.
Mas o verão é a estação certa para uma maior degustação de vinhos brancos, espumantes e até mesmo tintos leves.
Um fim de tarde na varanda com um bom espumante no balde de gelo e alguns petiscos é tudo de bom.
Um jantar leve com um branco bem combinado faz a noite agradável e com certeza você não vai estar empanzinado e nem com ressaca no dia seguinte.



O verão combina sim com vinho, mas é claro o vinho certo, do jeito certo.
Assim, pense em combinações com os espumantes e com os brancos. Em um jantar um tinto leve ou rosé também pode cair bem, pois são vinhos que tem tudo a ver com pratos mais leves também.

Um acessório indispensável portanto, é o balde de gelo. Ha diversos modelos no mercado ao gosto e bolso dos mais variados.




Os de aço inóx são os mais tradicionais, mas recentemente baldes de acrílico muito bonitos tem sido oferecidos pelas principais lojas de acessórios na internet. Uma ráipda busca no Google irá mostrar muitas opções.




Uma mesa bem sortida com petiscos e um balde do tipo master com duas ou três garrafas de vinho branco faz muito bonito e pode ser uma boa idéia para a tradicional latinha de cerveja ou caipirinha....

E viva o vinho....

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Vinho e a Vida


O texto abaixo que reflete muito bem o conceito que quis dar a este blog foi retirado na íntegra da seção de cartas da revista Adega deste mês.
A revista Adega, nesta edição, comemorando seus 4 anos, convidou amigos, colaboradores, parceiros para que escrevessem sobre a importância do vinho em suas vidas.

O texto que estou transcrevendo é do médico Jairo Monson de Souza Filho, que aqui peço licença para a publicação e ao mesmo tempo dou-lhe os parabéns pelo inspirado e belo texto.

"O vinho me ensinou a viver melhor. A comer melhor. Aprendi a fazer do ato simples, fisiológico, necessário e indispensável de comer e beber algo muito prazeroso. Com ele aprendi a buscar a harmonia. Não só da bebida com o alimento, mas também com o meio. Essa bebida apurou os meus sentidos da visão, olfato e gustação e me tornou uma pessoa mais sensível. Aprendi com quem gosta de vinho a apreciar melhor uma obra de arte, uma música, uma poesia, uma idéia... O vinho é uma bebida que socializa e aprimora as pessoas. Pede uma boa companhia, uma comida saudável e uma conversa amistosa. Há mais de 15 anos busco estudos científicos sobre os efeitos do álcool e, em especial do vinho, na saúde humana. Nesse tempo constatei que é possível agregar o prazer de beber muitos benefícios para a saúde. Verifiquei que o vinho é uma bebida que age sobre o corpo e tem efeitos colaterais indeléveis na alma.
Jairo Moson de Souza Filho, médico"

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Miolo Seleção 2008


Já fazia um bom tempo que não tomava um vinho da Miolo. O motivo principal é que infelizmente, principalmente os vinhos mais baratos da casa, não me convenciam a uma segunda garrafa.

Este ano via propaganda em várias revistas a Miolo vem apresentado seu "novo" Seleção. Novo rótulo (eu particularmente gostava mais do antigo, mais sóbrio e limpo) e a descrição do corte do vinho. Neste caso Cabernet Sauvignon com Merlot.

O resultado foi em minha opinião, até razoável e diria que a Miolo tem agora um vinho para competir com os famosos Santa Helena, Santa Carolina do Chile e o Angaro da Argentina. São todos vinhos sem pretenção, mas que cabem no dia a dia em função de seu preço bem em conta.
Comprei este por R$18.90 em um Supermercado onde o Santa Helena estava por R$23.90.
Portanto vestindo a camisa verde e amarela, dá para trocar estes Chilenos e Argentinos pelo nosso Miolo.

O vinho esta bem agradável, cor bonita, um pouco de fruta e madeira no nariz. Sabor leve e agradável.
Vai bem com um pizza de final de semana ou com um almoço no dia a dia.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Vinho e Chocolate combinam?


Este é um daqueles paradigmas associados ao vinho que muitos não conseguem mudar. Afinal o chocolate é um alimento muito potente, pois tem gordurta e além disso é doce.
Mas seria possível harmonizar chocolate com vinho?

Pensando do ponto de vista de em se abrir uma garrafa de vinho e tomá-la inteira comendo chocolate, eu diria que é impossível. O vinho vai simplesmente morrer diante do chocolate.

Em minha opinião o chocolate vai combinar bem com vinho nas seguintes situações:

1 - No final da refeição junto com um Vinho do Porto ou um Vinho de Sobremesa (Late Harvest).
Outra opção que gosto muito é também com um bom Congnac. Fica muito bom.

2 - Agora de verdade a combinação perfeita para mim é terminado o jantar (ou almaço), aqueles três últimos goles que ficam na última taça, tomá-los acompanhados de um bom chocolate. É simplesmente tudo de bom. Minha preferência é por chocolates com pouco açucar (não os meio amargos, mas principalmente os importados que são bem menos doces).
Meia taça de vinho com dois cubos de Lindt é o fechamento perfeito para um bom jantar.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Clos de Torribas Crianza 2005


Este vinho muito me interessou, pois o grupo Pão de Açúcar o tem disponibilizado com bastante frequência e principalmente com um ótimo preço (R$28.90).

Achei este vinho muito bom. Gosto de vinhos Espanhóis de um modo geral, principalmente os com a uva Tempranillo. Este é um corte de 90% Tempranillo e 10% Cabernet Sauvignon.
Não se trata de um tremendo vinho, mas sua relação custo benefício é muito boa.

Na taça vermelho rubi com as bordas mais claras.
No nariz, frutas bem maduras, nozes e um pouco de baunilha.
Na boca é um vinho bem leve, redondo. Combina bem com uma carne branca ou um pernil em molho leve.

A propósito, o termo Crianza nos vinhos Espanhóis, denomina os vinhos com no mínimo um ano em barricas de carvalho e mais um ano em garrafa, para só então serem colocados no mercado.

Outras denominações são:

Reserva: um ano em barrica e dois em garrafa.
Gran Reserva: dois anos em barrica e tres anos em garrafa.

Estes vinhos de um modo geral não são vinhos de guarda, ou seja, já estão prontos para serem bebidos e provavelmente ganhariam pouco com muito tempo em adega.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O vinho parece estar ruim. O que fazer?




Cena clássica: o sujeito entra no restaurante, pede a carta de vinho. Escolhe com uma tremenda dificuldade, pois na tentativa de ficar no "menos caro", vai se guiando pela coluna da direita (a dos preços).
Passado essa parte do sofrimento, vem a seguir, talvez pior. O garçom solícito apresenta a garrafa e uma vez aprovada, começa o ritual de abertura.
Serve uma pequena quantidade na sua taça e fica te olhando esperando que você diga alguma coisa. Sim ou Não. Você olha, cheira e prova. E dai? Este vinho esta bom ou ruim?
Pois é, como fazer para eventualmente dizer não?

Recusar um vinho em um restaurante vai ser sempre uma tarefa desconfortável e a maioria das pessoas na verdade, não se sente segura o suficiente para fazê-lo. Afinal como seria um vinho ruim? O que fazer?

Segue então algumas dicas que acho poderão ajudar:


De um modo geral seguindo o critério de se escolher o vinho pela coluna da direita (preço), provavelmente você estara escolhendo um vinho jovem. Aqui no Brasil, com grande chances de ser um Chileno ou Argentino.

Pois bem, neste caso observe o seguinte:
Nos Tintos

1 - O vinho deverá apresentar um cor bem escura, vermelho intenso, as vezes quase preto. No máximo as bordas da taça devem apresentar uma cor mais violácea.
Se o vinho estiver esmaecido, tendendo ao marrom, cor de telha, já da para desconfiar que este vinho esta ruim.

2 - O cheiro deve ser intenso, primeiramente alcoólico, depois frutas maduras como ameixa, amora, um pouco de baunilha, madeira etc...
Cheiro de pano molhado, ou "morrinha" como nos cães, certamente indicam um vinho estragado.

3 - Finalmente o gosto. Se for amargo, ruim mesmo, não tem jeito. Este vinho já era.


Nos Brancos

1 - Nos brancos é o contrário com relação a cor. Ela deve ser bem clara, cor de palha, variando entre o verde claro e amarelo bem claro. Deve também ser límpido, sem resíduos aparentes.
Se muito escuro, indica um vinho ruim.

2 - O cheiro deve ser leve, lembrando frutas brancas como abacaxi, maracujá, melão. Minerais e flores também irão aparecer.
Da mesma forma cheiro de pano molhado indica vinho ruim.

3 - Da mesma forma que os tintos, um gosto muito amargo, vinho ruim.


Observem que são observações gerais e as vezes, especialmente em um vinho mais antigo (6, 10, 15 ou mais anos), estas características primárias serão diferentes, principalmente a cor, o que não indica um vinho ruim.

Mas e se você esta desconfiado do vinho, o que fazer?

Se você esta inseguro, peça ajuda ao garçom. Pergunte a ele se a casa dispõe de uma pessoa que possa ajudá-lo ou se ele mesmo pode fazê-lo. Peça-o que prove o vinho e que lhe ajude a julgar. Restaurantes sérios sempre têm um Sommelier e eles não hesitaram e ajudá-lo e a confirmar se o vinho esta ruim ou não.

Confirmado o dano no vinho, a casa deve então substituí-lo.

Outra coisa que acho importante é com relação ao local onde se esta pedindo um vinho para beber. Evite restaurantes que não tenham tradição com vinhos (pequenos restaurantes, churrascarias, bares onde tradicionalmente se toma chopp ou cerveja, etc...).

A não ser que você tenha certeza de que o estabelecimento tem uma adega climatizada e alguém com experiência para ajudá-lo.

A mesma regra vale para comprar vinhos. Pequenas mercearias, lojas de posto, pequenos supermercados de bairro, etc.. não são uma boa opção, pois muitas vezes estes vinhos ficam expostos por muito tempo e em condições inapropriadas. Ai a chance de comprar um vinho estragado é bem grande.

E finalizando, os dois maiores danos em vinho são:

O "bouchonet", que ocorre quando uma bactéria presente nas rolhas contamina o vinho (o tal cheiro de pano molhado).

Outro defeito é a oxidação por entrada de ar na garrafa (acontece por exemplo quando o vinho fica guardado em pé durante muito tempo). A rolha resseca e ar entra oxidando o vinho (vira vinagre).

O percentual de vinhos com defeito tem caído enormente nos últimos anos, principalmente devido aos avanços nas técnicas de vinificação que privilegiam em muito a higiene. A expectativa hoje é de que menos que 0.5% das garrafas no mercado irão se estragar.

E se estragou, não tem jeito...

domingo, 4 de outubro de 2009

Herdade dos Coteis - 2004 Reserva

Comprei este vinho em um lugar bem improvável: numa loja horti-fruti. Valeu o risco, pois gostei muito deste vinho.

Este vinho é da região do alentejo. Um corte de das uvas Trincadeira com Aragonez.

Cor intensa, vermelho granada. No nariz baunilha, couro, tabaco, frutas secas. Persistente e harmonioso demostrando bom tempo de barrica.
Na boca sabor intenso e redondo. Vai bem com uma boa massa ou uma carne em molho médio.
Não foi exatamente um pechincha (pagei R$29,90), mas acabei por comprar mais 6 garrafas.
Sou fã de vinhos portugueses e este me conquistou pelo seu equilíbrio e sabor agradável.





sábado, 3 de outubro de 2009

Abrindo um Espumante



Já havia demonstrado a abertura de uma garrafa de vinho, vai ai mais um vídeo, agora com a abertura de um espumante.

Da mesma forma, é impressionante os erros possíveis, e neste caso até perigosos neste ato.

O risco tem a ver com a pressão em uma garrafa de espumante. Geralmente esta pressão é de cerca de 6 Atmosferas (6 atm). Esta pressão pode lançar a rolha com força razoável a ponto de ocasionar um acidente. Ha inúmeros casos relatados de rolhadas nos olhos, cabeça, rosto, etc...

Apesar da cena de lançamento da rolha ser sempre associada a abertura de um espumante, na verdade não se deve fazê-lo. Primeiro pelo risco de acertar alguém, segundo pelo desperdício do precioso líquido ali presente. Afinal banho de espumante ou de champangne só mesmo para os abastados corredores de fórmula 1 certo? Ou então faça isto com Cidra.

Vamos ao procedimento:

1 - Localize o lacre da cápsula. Normalmente há uma fita cortante ou o mesmo é pontilhado no ponto de corte. Retire-o totalmente.

2 - Com uma pequena tolha de serviço (pode um pano de prato ou até mesmo duas toalhas de papel) cubra e segure firmemente a rolha junto a garrafa.

3 - Desenrrosque o a gaiola de arame que mantêm a rolha presa.

3 - Gire devagar mas com firmeza a rolha para a esquerda e direita. Com dois ou três movimentos a rolha já começa a se desprender.

4 - O "poc" característico irá indicar que ela já esta solta.

5 - Deposite a rolha (jamais dentro do balde de gelo, afinal ele não é lixeira).

6 - Com a mesma tolha de serviço segure a garrafa pela base e sirva uma pequena quantidade nas taças. A idéia e fazer a base. Se enchê-la de primeira, pode ser que venha a transbordar.

7 - Complete as taças até mais ou menos a metade. Nunca encha até a boca, pois é importante que fique espaço no copo para os odores se apresentarem e também porque com muita quantidade, o espumante irá esquentar mais rapidamente.

8 - Volte com a garrafa para o balde e coloque a tolha de serviço ao redor do gargalo.

Dai em diante fica por sua conta, afinal um espumante ou champangne esta associado a comemorações, festividades ou apenas uma homenagem a boa companhia que esta com você.



Tim tim.



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vinhos para o dia a dia





Elaborei uma lista de vinhos que custam entre R$20,00 e R$35,00. São vinhos relativamente simples, porém bem honestos. A idéia é ajudar aqueles que gostariam de comprar um vinho para esperimentar mais ficam sempre na dúvida, pois sempre há muitos rótulos.

Dividi a listas por Paises, mas privilegiando o preço e é claro vinhos que conheço. Voçe irá encontrá-los nos supermercados Zona Sul, Pão de Açucar e Mundial.
Lembre-se, são vinhos sem muita pretenção, mas que combinados com um bom prato, atendem muito bem àqueles que estão a procura de algo não muito sofisticado.

Argentina:
Tintos
TRAPICHE Cabernet Sauvignon
SANTA ROSA Malbec
VICENTE VARGAS ARIZU Malbec

Brancos
DIGNUS SAUVIGNON BLANC

Chile:
Tintos
SANTA CAROLINA Merlot Reserva
SANTA HELENA Merlot Reservado
DONA DOMINGA Cabernet Sauvignon
DONA DOMINGA Merlot Reserva

Brancos
DONA DOMINGA Chardonnay Semillon
VERAMONTE Sauvignon Blanc Reserva

Espanha:
Tintos
CLOS DE TORRIBAS Crianza
EDULIS

França:
Tintos
BORDEAUX SUPERIEUR CHATEAU BARDINEAU
GRAN THEATRE

Portugal:
Tintos
MONTE VELHO
MONTADO ALENTEJO
PORCA DE MURÇA

Austrália:
Brancos
SACRED HILL Semillon Chardonnay

Africa do Sul:
Brancos
TWO OCEANS Chardonnay
FLEUR DU CAP Chardonnay

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Lágrimas no Vinho. E vinho chora?




Esta é uma expressão bastante interessante não é mesmo. Pois é, vinho chora sim...

Bem, não é exatamente choro. Denominamos lágrimas o vinho que escorre pelas bordas da taça logo depois que giramos o vinho.
O giro tem como principal função oxigenar o vinho, liberando melhor seus odores. Como consequencia, temos o escorrimento de vinho pelas bordas da taça. A forma deste escorrimento irá nos dar uma idéia das características deste vinho. Lágrimas finas que escorrem rápido estarão associadas a vinhos com menor teor acoólico e também menos viscosos. Provavelmente este vinho será menos encorpado.
Lágrimas mais espessas e que escorrem mais lentamente, por sua vez irão indicar um vinho mais encorpado e com maior teor alcoólico.

Não é regra, mas lágrimas mais viscosas estão presentes tambem em vinhos com maior estrutura e que provavelmente aguentariam um maior tempo de guarda.

Mas se você só comprou uma garrafa não vai dar para voltar a traz hehehehehe.....
Por isso raramente compro somente uma garrafa de um vinho para primeira prova. Se é muito bom e se tem potencial, tenho um segunda garrafa para uma outra oportunidade. Se é ruim, tenho um vinho para tempero ou para dar de presente para aquele seu amigo enochato....e que não seja eu a vítima rsrsrsrsrs...

Dona Dominga Cabernet Sauvignon Gran Reserva


Mas um bom vinho Chileno que gosto muito. Este vinho e produzido pela Casa Silva, uma das mais tradicionais e antigas vinículas do Chile. A Casa Silva tem um extensa linha de vinhos, indo dos mais simples (Dona Dominga, sem a denominação de Reserva ou Gran Reserva), até mais sofisticados como o Casa Silva Altura (R$300,00 em média).

Este aqui é um que podemos chamar de intermediário. É um vinho bem encorpado, com cor intensa e sabor marcante. Vinho equilibrado e macio.

Combina bem com carnes e pratos mais vistosos.

No Rio de Janeiro o supermercado Zona Sul é seu distribuidor mais importante (talvez o único) e a garrafa esta saindo por pouco mais de R$40,00. Ótima relação custo benefício.

sábado, 26 de setembro de 2009

Ritual ou Frescura ao beber vinho?


Não tem jeito, volta e meia alguém solta uma criticando ou associando o ritual de degustação de um vinho a algo afetado ou snob.
Reconheço que algumas pessoas exageram e transformam o que deveria ser apenas um ato de puro prazer em um ritual quase monástico ou até mesmo caricato. É um tal de ficar cheirando o vinho indefinidamente ou então girando a taça como se fosse um bambolê de mão.

Exageros à parte, eu pessoalmente acho que beber ou comer qualquer coisa deveria sempre ser precedido de um ritual sim. Comer por comer ou beber por beber nos transforma apenas em máquinas onde comida e bebida são apenas combustível.

Há inúmeros estudos científicos atualmente que conseguiram desvendar o que até pouco tempo era um mistério. Por que seria que os Europeus de um modo geral não estavam sofrendo dos mesmos males associados a alimentação que os americanos? Dois fatores sempre aparecem nestas pesquisas: a qualidade da alimentação e a qualidade do ato de se alimentar. Enquanto os Americanos inventaram e instituíram o "fast food" (sinônimo de comer rápido e porcaria) na Europa a linha é a do "slow food". Comer bem e devagar. Com ritualidade mesmo.

Prestar atenção no que esta se comendo ou bebendo, apreciar a aparência, sentir o cheiro, ingerir devagar e com calma deveria na verdade ser a rotina e não a exceção.

Portanto, ritualizar a degustação de um vinho é render uma homenagem não apenas ao vinho, mas a si próprio.



De todas as bebidas, o vinho tem um enorme destaque nesta conjunção de degustar e harmonizar.

Ninguém, normalmente, bebe vinho para se embebedar. Até porque há formas mais baratas de e fazer isto. Vinho esta intrisecamente associado a comida e a tempo.

Então sejamos menos críticos e mais observadores. Ritualize sem medo, afinal não é frescura, mas apenas uma forma de viver melhor. Mas sem exageros é claro.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Iniciação




Tenho ouvido de amigos o seguinte depoimento: "eu até gostaria de começar a beber vinho, mas não sei por onde começar".

Acho que a dúvida é bastante razoável, pois para quem nunca tomou vinho ou somente vinhos baratos doces, fica realmente difícil decidir qual vinho e principalmente como tomá-lo.

Pois bem, vai ai algumas dicas que acho poderão ajudar àqueles que pretendem se iniciar ao vinho:

Primeiramente uma pequena explicação para quem não esta acostumado com os vinhos ditos "secos", de porque inicialmente o vinho parece tão agressivo ao paladar:

Especialmente aqui no Brasil o uso do açúcar é muito elevado. Há vários fatores para isto desde aspectos culturais e até mesmo o fato do açúcar aqui ser muito barato. Desta forma, desde muito cedo consumimos muito açúcar e então nosso paladar fica "viciado" em coisas sempre muito doces, especialmente as bebidas (chá, café, sucos, mamadeiras das crianças, etc...).
Nossos chocolates, por exemplo são muito mais doces que os congêneres da Europa. Nossos refrigerantes também.
Assim ao se deparar com uma bebida não doce e ainda por cima com certa dose de acidez, nosso paladar entranha mesmo.

O açúcar também tem características de tamponamento. Ele literalmente entope nossas papilas degustativas. Tente tomar um gole de café, mesmo que adoçado normalmente depois de comer uma colher de doce de leite. O café parecerá completamente sem doce.

Entendido este fenômeno vamos tentar então "desarmar" esta armadilha do paladar:

O ideal é começar degustando vinhos mais "macios" e leves. Vinhos que não sejam complexos e que não exijam muito ou até mesmo que custem muito.
Eu sugeriria começar com um vinho branco, um Sauvignon Blanc pode ser uma boa pedida.
Se preferes um tinto, tente algo como o Alentejano Montado apresentado neste link http://vinhoevida.blogspot.com/2009/07/montado-alentejo.html.
Um branco poderia ser o Dignus apresentado neste link http://vinhoevida.blogspot.com/2009/09/dignus-sauvignon-blanc.html.

Sendo o branco, coloque-o na geladeira por cerca de 30 min, e caso não tenha um balde de gelo, volte com ele a geladeira durante a degustação.

Esteja com sua boca "limpa". Isto quer dizer sem gostos fortes antes como pasta de dente, doces, outras bebidas, etc... Um bom "limpador de boca" são torradas.

Coloque uma pequena quantidade na taça (de cristal preferencialmente e do tamanho pequeno).
Observe a cor do vinho. Segurando a taça pela haste, coloque-a contra um fundo branco e tente imaginar o sabor que este vinho terá observando sua cor.

Depois leve a taça ao nariz (não tenha vergonha, coloque o nariz dentro da taça mesmo). Aspire profundamente. Tente encontrar algum cheiro conhecido.

Gire a taça vigorosamente, sempre pela haste. Aspire novamente. Neste vinho procure por odores de frutas brancas como abacaxi, melão, pera, um pouco de mel, odores cítricos de um modo geral...

Leve a taça a boca e sorva uma pequena quantidade. Não engula imediatamente. Deixe o vinho um tempo circulando-o em toda a boca, privilegiando principalmente as laterais de língua. Engula devagar.

Espere alguns segundos e tente absorver este paladar e só então tome um segundo gole. Veja que é muito importante a associação da cor, odor e paladar. Como já postei aqui, sem o odor, não sentiríamos o gosto de nada.

Se fores degustar um tinto, o processo é o mesmo (menos os 30 min de geladeira).

Tente fazer isto associado a uma boa refeição. Algo "branco" e leve para o vinho branco e algo mais "vermelho" ou levemente encorpado para o tinto, no caso das sugestões.

Ajuda muito também fazer isto ao lado de um boa companhia, afinal vinho é para se beber a dois ou com amigos.




A idéia não é "converter" ninguém, mas apenas dar um ajudinha. Começando devagar e da forma certa há grandes chances de você se tornar muito em breve um também apreciador, quiçá enófilo :)))

Boas degustações!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Argentina X Chile



Em função da proximidade com nossos hermanos Argetinos e Chilenos, já faz alguns anos que vinhos destes dois países vêem desembarcando aqui com muita frequencia. Em certas lojas ou gôndolas de supermercados muitas vezes só há vinhos destes dois países.
Eles vêm competindo muito bem em nosso mercado, pois de um modo geral oferecem vinhos relativamente bons por um preço bem camarada.

Ai a pergunta inevitável acaba surgindo entre amigos: afinal quem produz melhores vinhos, Argentina ou Chile?

É claro que a resposta para esta pergunta não pode ser simples. Afinal, definir se um País produz melhores vinhos que outro não é uma tarefa fácil, não só pela enorme quantidade de vinhos disponíveis como também pela subjetividade deste conceito.

Argentina e Chile passaram nos últimos 15 a 20 anos por uma verdadeira revolução no aprimoramento da produção de seus vinhos. Portanto o que estamos vendo hoje em dia é o resultado desta revolução. Veja na foto abaixo quanto custa no Chile um litro de vinho Santa Helena (quem não conhece não é mesmo?). Convertido é cerca de R$5,00.


Na Argentina da mesma forma há vinhos tais como o Santa Helena por valores idênticos.

Bom, mas voltando a pergunta: Quem produz os melhores vinhos? Nas oportunidades que tive de visitar estes dois Países fiquei com as seguintes impressões:

1 - Os Argentinos produzem uma variedade muito maior de rótulos que os Chilenos.
2 - Os Argentinos bebem muito mais vinho que os Chilenos.
3 - Qualquer pequeno supermercado em Buenos Aires ou Mendoza tem uma imensa variedade de rótulos a disposição. Coisa que não acontece em Santiago ou cidades próximas as regiões produtoras. Em Santiago só consegui conhecer uma única grande loja de vinhos (que se intitula a maior loja de vinhos da América do Sul).
4 - Os vinhos básicos e medianos Chilenos têm todos os mesmo jeitão: frutados e bem acoólicos.
5 - Na Argentina mesmo falando somente da sua uva principal, a Malbec, provei vinhos bem variados e muito ricos.

Com esta lista poderia se dizer então que os Argentinos estão na frente. Não é tão simples assim, pois são minhas impressões e como disse provavelmente subjetivas.

Mas não posso negar que em visita aos dois Países, na Argentina fiquei mais bem impressionado.
Inexplicavelmente os vinhos mais populares Argentinos que encontramos por aqui, são de um modo geral vinhos muito simples mesmo. Ai toda aquela riqueza encontrada por lá só fica acessível quando estamos por lá.

No Chile há rótulos fantásticos, porém repetindo, fiquei com a impressão de que a Argentina os tem em bem maior quantidade.

Enfim, se tiveres a oportunidade não deixe de visitar a Argentina, especialmente Mendoza. Tenho certeza de que será uma excelente experiência e uma boa oportunidade de provar vinhos muito bons.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Visita as Vinícolas


Assim que se começa a gostar de vinho e quase natural incluir nas
viagens de férias algum pais ou região que produza vinhos.
Afinal, nada como estar junto à fonte.
Tradicionalmente há sempre inúmeras opções de visitas às vinículas nas regiões produtoras do mundo todo.

Mas e ai, estas visitas são boas mesmo ou uma furada?

Pois é, as visitas tanto no Brasil como em Países como Chile e Argentina viraram um tradição e são muito parecidas. O formato é mais ou menos o mesmo, com um giro pelas instalações e depois uma pequena degustação dos vinhos mais populares da vinícola. Algumas vinícolas cobram uma pequena taxa que inclui a degustação e uma taça com o logotipo da vinícola. No final sempre tem a lojinha da vinícola com vinhos e acessórios (eu sempre compro um abridor para minha coleção).

Eu diria que para quem nunca teve a oportunidade de visitar antes vale a pena pela curiosidade. Mas de um modo geral as visitas são muito superficiais e os vinhos servidos são os mais simples mesmo.

Para quem quer algo mais há vinícolas que tem programas de visita mais completos e também com vinhos mais elaborados e é claro a um custo bem maior. Tanto no Chile como na Argentina há agências de turismo especializadas neste tipo de visita. Uma rápida pesquisa na internet vai mostrar muitas opções.

Portanto, se pretendes ir em viagem a algum País que seja um produtor, vale a pena tirar um dia para visitar pelos menos umas duas vinícolas e conhecer um pouquinho de como se faz nosso precioso e amado vinho.

domingo, 20 de setembro de 2009

Corte Real - 2002

Mas um belo vinho Espanhol que recomendo. Este vinho é um corte das uvas Tempranillo e Cabernet Sauvignon. Vinho bonito na taça, vermelho rubi. No nariz, pimenta, tabaco, couro, café. Vinho equilibrado, intenso sem ser potente.
Além disso esta em uma bela garrafa, com um rótulo bacana e ainda tem aquela redinha de metal muito charmosa. Daria um belo presente para aquele amigo enófilo...
Tenho encontrado este vinho somente nas lojas virtuais e seu preço esta em torno de R$50,00, incluindo o frete. Acho que vale a pena para se ter uma idéia de um bom vinho Espanhol.
Harmoniza bem com carne vermelha ou mesmo uma maça com molho mais vistoso.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Praga dos Lambruscos



Não dá para deixar de notar a verdadeira invasão dos Lambruscos aqui no Brasil. A bebida tem-se tornado popular, pois tem agradado principalmente as mulheres e, além disso, há lambruscos por até R$10,00 no mercado. Estes lambruscos são geralmente os do tipo doce.

Acontece que esta invasão, idêntica a que ocorreu na década de 90 com as famosas garrafas azuis de vinhos alemães (Liebfraumilch), tem sido de vinhos de baixa qualidade, muito ruins mesmo. Faça as contas: um vinho importado custando cerca de 10 reais aqui no Brasil, quanto custa na origem? Pois é, não deve ser alguma coisa muito boa não é mesmo?

Mas não se deixe enganar, há excelentes lambruscos no mercado e que representam com dignidade esta bebida muito interessante. Há lambruscos tintos, brancos e rosé. São produzidos majoritariamente a partir da uva Lambrusco, dai seu nome. São levemente gaseificados (frisante). Os mais sofisticados são do tipo seco (sem açucar), mas há também rótulos importantes adocicados. Podemos dizer que um Labrusco é um meio termo entre um vinho e um espumante. Comparando com os espumantes seriam como um Brut (não doce) e um Demi-Sec (levemente adocicado).

Um rótulo interessante seria o Lambrusco Chiarli Grasparossa Di Castelvetro Amabile. Custa cerca de R$30,00.



É claro que o gosto de cada um não se discute, mas com já escrevi aqui, tendo a oportunidade de provar um vinho de qualidade, provavelmente iremos optar por este.
Recentemente apresentei a um querida amiga a uma Moet Chandon (Chanpagne Francês), e ela até então apreciadora de lambruscos disse o seguinte: "mas isso aqui é muito bom heim!"
Então é isto, não se apaixone por um Lambrusco qualquer antes de conhecer um bom Champagne Francês...rsrsrsrsrs

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dignus - Sauvignon Blanc


Esta é uma nova linha de vinhos resultado da parceira entre a Vinícula Argentina Valentin Bianchi e o Supermercado Zona Sul.
Serão três varietais: Cabernet Sauvignon, Malbec e Sauvignon Blanc. Veja detalhes no link a seguir: http://www.academiadovinho.com.br/mostra_noticia.php?num_not=2952
Este Suvignon Blanc esta muito bom, principalmente levando-se em consideração seu preço de menos de R$20,00. Vinho leve e harmonioso. Combina bem com um peixe ou frango em molho suave.
Cor verde clarinho e no nariz abacaxi. Uma ótima opção para testar um vinho branco para quem esta sempre nos tintos.
Um detalhe a se observar é o uso da tampa tipo ScrewCap, ou tampa de rosca. Este tipo de tampa tem sido largamente utilizada na Austrália, Nova Zelândia e Africa do Sul. Ela é bem prática, pois sua abertura e bem mais fácil e caso queira guardar parte do vinho sua reutilização e simples: basta fechar enroscando-a outra vez.
Em se tratando de vinhos brancos ou vinhos tintos jovens e portanto, não sendo vinhos de guarda nada de errado com este tipo de tampa. Há ainda a vantagem de que não se tem o risco de contaminação pela rolha. Muita gente imagina que este tipo de tampa estaria associado apenas a vinhos baratos e sem qualidade. Na verdade é uma tendência mundial e cada vez mais iremos encontrá-las.

Monasterio de Tentudia - 2002

Comprei este vinho junto com o Don Roman que postei anteriormente e felizmente com este a história foi bem diferente. É um típico vinho Espanhol. Na taça uma cor bonita, com reflexos violáceos demonstrando seu envelhecimento em barrica por bom período. Safra 2002.
Apesar disso é um vinho leve e muito gostoso. Harmonioso, foi constante do início ao fim. No nariz couro, madeira, café e tabaco.
Não é um vinho top de linha, mas sua relação custo/benefício me pareceu muito boa.
Foi harmonizado com um pernil de porco como molho leve e ficou perfeito.
Na Menuespecial (www.menuespecial.com.br) esta saindo por R$38,50. Encontrei-o na Liquerstore (http://www.liquourstore.com.br) por R$34,80, porém o frete deles é mais caro. Dependendo da quantidade uma ou outra será a melhor opção.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Jancis Robinson's Wine Course



Jancis Robinson é considerada uma das maiores especialistas sobre vinho da atualidade. Ela é escritora e jornalista e tem diversos livros publicados. O mais recente é "Jancis Robinson - Confissões de Uma Amante de Vinhos". Livro muito interessante onde ela conta desde sua "iniciação" no mundo do vinho até figurar entre as autoridades do vinho no mundo. Sempre muito humilde nos traz a tona sua visão e seus conhecimentos adquiridos ao longo de muitos anos.
Um de seus trabalhos mencionados no livro é este curso, feito para a rede de televisão inglesa BBC.
Comprei-o na Amazon.com. Muito interessante mesmo. Infelizmente ele não tem legendas em português, mas mesmo assim ainda é um excelente material para passar algumas horas bem agradáveis. São dois DVD's em uma bela caixa por menos de U$20,00 com frete e tudo.
Se gostas de vinho e quer aproveitar para afiar o Inglês esta ai um boa oportunidade.

Don Roman 2007 Rioja



Normalmente apresento vinhos os quais gostei muito e portanto recomendo. Desta vez, vou apresentar um vinho que NÃO recomendo.
Comprei este vinho pela internet na MenuEspecial (www.menuespecial.com.br) a cerca de 1 mês. Estava com muitas expectativas, pois gosto muito dos vinhos Espanhóis.
Pois bem, foi uma tremenda decepção. O vinho esta literalmente quadrado. No nariz apenas cheiro de álcool e madeira nova. Muito ácido, taninos desequilibrados. Um vinho sem grança mesmo.
Portanto este ai eu não recomendo.
Mas fica ai aquilo que usualmente comento: temos que provar e provar para então conseguirmos uma seleção que realmente nos agrade. Algumas vezes acertamos, outras não.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Decifrando Rótulos - Denominação de Origem

Quando partimos para a Europa, decifrar rótulos fica um pouco mais difícil. Os rótulos muitas vezes não dizem nada para quem não conhece aquele vinho. Veja o exemplo de um vinho Francês na imagem abaixo:




Não havendo conhecimento prévio, deste rótulo temos o ano da safra, o nome da vinícula e a informação que se trata de um Grand Cru da região de Corton. E dai? Pois é, esta é a maior dificuldade com relação as vinhos franceses de um modo geral. Onde a Denominação de Origem é que é a referência mais importante para a classificação dos vinhos.
A Denominação de Origem refere-se a uma determinada região onde os produtores se unem e criam regras específicas para a produção dentro daquela região. Assim na França têm-se os vinhos Slide 8AOC - Appelacion d´Origine Contrôlée, por exemplo. Em teoria vinhos destas regiões teriam sua qualidade garantida. Mas, nem sempre isto é fato e no final, só provando e provando é que se tem a oportunidade de ir definindo o que mais lhe agrada.

Veja agora um rótulo Espanhol:

Este vinho é da região de Rioja, é um Crianza, o que significa um vinho envelhecido que passou pelo menos 12 meses em barrica.
Na Espanha, há ainda a o uso do termo Gran Reserva, o que significa pelo menos 2 anos em barrica. Lá há a Denominacion De Origem Calificada, que da mesma forma definiria vinhos com qualidade garantida por terem sua região de produção demarcada e o processo de produção minimamente padronizado.

Na Italia têm-se os vinhos DOC e DOCG (Denominazione de Origem Controlata e Denominazione de Origem Controlata e Garantita) em regiões demarcadas como a do Chianti. Da mesma forma tentam garantir a qualidade do vinho.

Esta denominações são um indicativo de que o vinho pode ser de qualidade, mas não uma garantia.

Portanto, tomar a decisão de compra baseada somente no rótulo é um pouco complicado, especialmente nos vinhos europeus. Com o tempo, conhecendo-se um pouco mais as regiões produtoras, tem-se então um idéia melhor e o índice de acerto vai ficando cada vez maior. Em resumo, não da para ser simplista e numa primeira olhada definir se este ou aquele vinho é bom ou não.
Meu método é bem simples. Provar e provar. Sempre que compro um vinho que não conheço, procuro memorizá-lo muito bem na hora da degustação. Assim, quando encontrá-lo mais uma vez, pronto já tenho a compra certa ou o descarte certo.

Provemos então.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Decifrando Rótulos - vinhos Argentinos e Chilenos

Entender os rótulos dos vinhos é o primeiro passo para tentar comprar algo que lhe agrade. A cena é bem comum. Diante de uma gôndola de supermercado, inúmeras opções. E ai? O que levar? O quer dizer aquele monte de nomes?

Resolvi começar estão esta "tradução" usando como exemplo vinhos Argentinos e Chilenos, pois não dá para deixar de perceber a verdadeira invasão destes, principalmente em supermercados. Já houve casos em que em vi uma gôndola inteira onde não havia um único rótulo nacional por exemplo. Tudo do Chile e Argentina.

A principal razão disto tem a ver com a qualidade cada vez melhor dos vinhos destes países e é claro os preços, principalmente dos vinhos mais simples, sempre bem em conta. E diga-se de passagem, mesmo estes vinhos simples conseguem agradar bastante.

De um modo geral, os vinhos mais populares como os Chilenos Santa Helena, Santa Carolina, Concha y Toro, Cousino Macul e os Argentinos Trapiche, Bisonte, Angaro, etc... são vinhos varietais (feito majoritariamente de uma única uva). Desta forma, a primeira informação que nos interessa no rótulo, além da vinícola ou nome do vinho é a uva da qual ele foi elaborado.

Assim nos vinhos Chilenos você vai encontrar as seguintes uvas:

Tintos: Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenere, Shiraz, Cabernet Franc.
Brancos: Chardonay, Sauvignon Blanc, Riesiling.

Nos Argentinos serão estas as uvas mais comuns:

Tintos: Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot, Shiraz.
Brancos: Torrontés, Chardonay, e recentemente Pinot Grigio.

Outra informação importante é o ano da safra do vinho. O ano ali estampado, indica o ano da colheita/início de produção do vinho. Assim, encontramos neste ano de 2009, vinhos de 2008 e anteriores.

Vinhos jovens, tendem a ser bem frutados com pouco corpo e estrutura. Safras mais antigas, desde que tenham sidos liberados pela vinícula mais tarde, normalmente referem-se a vinhos mais elaborados, com mais corpo e estrutura.

As palavras Reservado e Reserva vão aparecer com frequencia, principalmente nos Chilenos, significando Reservado uma breve passagem em madeira (que pode ser barrica ou grandes tonéis) e Reserva ou Gran Reserva que indicará que foi em barricas seu envelhecimento. Este tempo de envelhecimento não é padronizado, mas de um modo geral os Reserva ficaram entre 4 e 6 meses e os Gran Reserva entre 6 e 8 meses ou até mesmo um ano.

Os destaques nestes dois países ficam por conta da uva Carmenere do Chile, que propagandeia muito o fato desta uva ter sido extinta na Europa e então reencontrada e que até então era confundia com a Merlot.

Na Argentina a campeã é a Malbec. Produz vinhos intensos e bem estruturados. Esta uva se adaptou muito bem à região de Mendoza.

Nos brancos, a Chardoanay reina absoluta no Chile e a Torrontés é a campeã da Argentina.

No vinho da imagem, temos então um vinho da vinícula Concha y Toro, que tem o nome Don Melchior e é produzido a partir das uvas Cabernet Sauvignon e a safra, que não aparece na imagem é 2006.
Boas compras.