terça-feira, 29 de junho de 2010

Falando de Uvas - Malbec



Também originária da França, esta uva hoje esta fortemente associada a Argentina.

Duas são as principais razões para isto. Em seu País de origem ela raramente aparece em um varietal, sendo mais comum seu uso em cortes que nem sempre têm as uvas identificadas.
Na Argentina por sua vez se adaptou muito bem tanto ao solo como as condições de insolação. Ela precisa de mais tempo de exposição para uma perfeita maturação.

Na Argentina, então, os vinicultores tinham uma uva bem adaptada e com uma estrutura bastante versátil para produzir varietais que têm tido reconhecimento internacional.

Produz vinhos encorpados, de cor escura e densa com taninos presentes e acidez equilibrada. De um modo geral são vinhos para serem consumidos jovens.

Rótulos como Achaval Ferrer e Val de Flores receberam notas acima de 92 pontos em algumas safras.

Harmoniza muito bem com carnes vermelhas, tornando-se par perfeito para o prato predileto dos Argentinos.


domingo, 27 de junho de 2010

Falando de Uvas - Merlot
















De cor bem escura, tem seu nome em alusão a um pequeno pássaro comum no interior da França que tem esta coloração. Esta é a uva da França.

Em certas regiões é a principal uva e sobrepuja a Cabernet Sauvignon em área plantada.

Delicada e de difícil manejo, pois é muito suscetível a fungos e mofo, exige cuidados especiais durante todo o tempo de desenvolvimento.

Quando vinificada em um varietal, resulta em vinhos macios e muito frutados. Vinhos que ficam prontos para beber relativamente cedo, pois há pouca estrutura e taninos, estes importantes em vinhos que se pretende que evoluam com o tempo. Têm-se assim vinhos mais fáceis de beber.

Com estas características, junto com a Cabernet Sauvignon faz um par de ótimos resultados. Ela "doma" a Cabernet Sauvignon, equilibrando o vinho e dando-lhe aspectos de maciez e fruta.

Nestes vinhos de corte podem-se obter vinhos longevos e que irão evoluir muito bem, muitas vezes ao longo de vários anos.

Uma boa indicação é se estas com dois vinhos varietais da mesma vinícula, o Merlot tenderá em ser mais macio, frutado e vai combinar bem com muitos pratos "vermelhos". Será menos agressivo que um Cabernet Sauvignon, por exemplo.

Em vinhos mais elaborados e mais caros, sua presença irá demonstrar a tentativa de um vinho equilibrado e complexo.




































sábado, 26 de junho de 2010

Falando de Uvas - Chardonnay

Entre as uvas brancas não há uma que seja tão popular e tão cultivada como a Chardonnay (se pronuncia chardoné ). Nativa da França, na Borgonha, esta uva é cultivada em todo mundo.

É a uva mais plantada do mundo. Em algumas regiões produtoras, como Nova Zelândia e África do Sul, é a primeira referência em vinhos.

De fácil plantio e manejo, adaptou-se muito bem em diversos tipos de solo.

Por ser uma uva de pouca estrutura, sua vinificação é melhorada com passagem em barris de carvalho, tal como os vinhos tintos. Desta forma ganha cor e aromas amanteigados e macios.

É uma uva que expressa muito bem o chamado "terroir" de um lugar, pois é o solo que vai ficar marcante nela e portanto no vinho também. Se o terreno é de calcário, este aspecto mineral estará no vinho. Se próximo ao mar, o frescor e até mesmo a salinidade aparecerão.

Mas seu grande destaque é ser composição na grande maioria dos espumantes, inclusive o Champagne. Junto com as Pinot Noir e Pinot Meunier nos brindam com este vinho maravilhoso.

Dos vinhos que mais temos acesso, os Chilenos em minha opinião, têm os melhores Chardonnays.
Considero os vinhos desta uva "fáceis" de se beber e então uma ótima opção como primeiro vinho àqueles que desejam se iniciar a este bom prazer.

Bebericar um bom Chardonnay no final da tarde com uns petiscos é tudo de bom...


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Falando de Uvas - Cabernet Sauvignon


Com este, pretendo iniciar uma série de tópicos falando sobre as principais uvas viníferas.
A idéia é familiarizar meus caros leitores com estas frutinhas que resultam no nosso precioso vinho.
A primeira não poderia ser outra que a Cabernet Sauvignon. Ela é chamada de "rainha das uvas", pois está presente estima-se, em pelo menos metade dos vinhos tintos que se bebe pelo mundo afora. Sozinha nos varietais (vinhos elaborados de uma única casta) ou nos de corte ou "assemblage" (vinhos elaborados com 2, 3 ou mais castas) há rótulos das mais variadas origens com sua presença.
Por ser uma uva muito resistente e versátil se adaptou muito bem em praticamente todas as regiões produtoras do mundo. No Chile, por exemplo reina absoluta como uva tinta.
Em Bordeaux na França é a primeira nos cortes mais famosos daquela região, em conjunto com a Cabernet Franc e a Merlot.
Nos EUA cerca de 25% da produção é de Cabernet Sauvignon.
Entre suas características marcantes estão os taninos bem definidos e estruturados. Remete sempre a frutos escuros maduros, como ameixa e amora. Pimentão e azeitona surgem com frequência também, a depender da região onde está plantada.
Por estas características polivalentes, até mesmo Países com tradição em uvas próprias, como Itália e Espanha, já estão usando esta "estrangeira" para compor seus melhores vinhos.
Em nosso mercado, os varietais desta uva da Argentina e Chile são sempre os mais acessíveis.
Por esta razão esta uva vai aparecer com bastante frequência nos rótulos mais populares.


sábado, 19 de junho de 2010

Bordeaux, o que há de especial neste lugar?


Se você gosta de vinho já deve ter ouvido algo sobre esta região da França.
Mas afinal porque Bordeaux ou Bordéus é tão famosa?
Neste lugar você vai encontrar os mais caros, os mais famosos e considerados por muitos os melhores vinhos do mundo.
Não necessariamente nesta ordem e não necessariamente um vinho com os três adjetivos ao mesmo tempo.
Bordeaux fica no Sudoeste da França e é cortada pelos rios Garone e Dordogne. Esta exatamente no paralelo 45 norte. O solo da região é predominantemente calcário. Esta próximo também do oceano Atlântico.
Estes e mais alguns fatores transformam esta região praticamente no lugar perfeito para se produzir uvas viníferas.
Esta combinação ideal originou então um número muito grande de produtores e dentre eles àqueles que ficaram muito famosos no mundo.
Hoje muitas vezes, já não se discute propriamente o quanto os vinhos de Bordeaux são bons, mas sim seu valor. É fácil encontrar vinhos que uma única garrafa custa cerca de R$5.000,00 ou até mais.
É em Bordeaux que existe a mais famosa denominação de origem do mundo. A dos Premier Cru. Somente cinco vinhos têm este privilégio.
Châteu Lafite-Rothschild
Château Margaux
Château Latour
Château Haut-Brion
Château Mouton Rothschild
São vinhos caríssimos e vendidos no mercado futuro como commodities tal como ouro e petróleo.
Em minha modesta opinião estes vinhos deixaram de ser apenas vinhos e se tornaram objetos de desejo e portanto seu preço nada tem a ver com qualidade ou relação custo/benefício.
Não consigo imaginar que um vinho que custe R$5.000,00 possa ser 100 vezes melhor do que um que custe R$50,00. Mas por se tratar de um objeto de desejo, há quem com certeza ache que sim....
Existe uma quantidade enorme de denominações de sub-regiões dentro de Bordeaux. Isso confunde muito e como não podia deixar de ser, há muitos vinhos ruins que ostentam nomes bonitos. Desta forma é importante procurar informações antes de comprar um vinho desta região.
De qualquer forma há muitos vinhos de Bordeaux que são bons e acessíveis a nós simples mortais. Infelizmente, aqui no Brasil isto é um pouco mais difícil devido principalmente a diferença de cambio e é claro, aos impostos muito altos. Estes impostos podem chegar a mais de 100% quando considerado o efeito cascata...
Enfim, viajando para a Europa ou simplesmente passando pelo Free Shopping, não deixe de procurar vinhos desta região. Há sempre a chance de uma barganha e os vinhos de lá valem o esforço.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Beronia Reserva - 2005


Este é uma daqueles casos em que surpresa e decepção se unem. Havia provado deste vinho há uns quatro anos e naquela ocasião foi uma agradável surpresa, pois um vinho de cerca de USD$20,00 estava muito bom e com uma riqueza digna de um grande vinho.
Recentemente passando pelo Free Shopping do Rio de Janeiro, me deparo com este vinho uma vez mais.
Bem, mais ai veio a decepção. Independente de qual seja o vinho, em sendo um Rioja, Tempranillo, Reserva, espera-se algo no mínimo bom. Tradicionalmente os vinhos da Rioja são ricos, encorpados, persistentes e principalmente equilibrados. Há uma razoável constancia nestes vinhos, pois as regras de produção são bem restritivas (em um reserva, mínimo de 1 ano em barrica e mais 2 anos em garrafa, para finalmente serem liberados para venda) e a qualidade média sempre muito boa.
Mas este vinho esta quadrado. O que mais chamou a atenção foram um cheiro e gosto muito acentuados de madeira nova (mais precisamente carvalho americano pouco tostado). Dá a impressão inclusive do uso de paquetes (método utilizado para acelerar a passagem do gosto de madeira para o vinho, utilizando-se de barricas mais pedaços de madeira inseridos nestas barricas).
Talvez um problema exclusivo desta safra, mas fica aqui minha impressões.
O vinho:
Na taça vermelho rubi intenso com lágrimas abundantes.
No nariz madeira, madeira nova e crua. Um pouco de frutas vermelhas e mais nada. Vinho fechado
Na boca um gosto muito acentuado de madeira e baunilha, muito desequilibrado.
Enfim, um vinho que aqui no Brasil esta sendo vendido por cerca de R$120,00 é no mínimo decepcionante mesmo.
Não vale a compra.


domingo, 13 de junho de 2010

Chateau Yon Figeac - 2003 - Gran Cru Classé


Estava com este vinho a 2 anos em minha adega e havia esquecido suas referências e o tomei, digamos assim um tanto descompromissado. Isto é muito interessante, pois ao tomar um vinho famoso ou muito recomendado, há ai uma tendência de achá-lo realmente bom.

Neste caso o descompromisso e a casualidade me permitiram então uma percepção isenta.
E o vinho é danado de bom. Muito bom. Não se trata de um vinho potente, com os supertoscanos descritos no tópico anterior. É um vinho elegante, muito equilibrado e com tudo no lugar certo. Macio, intenso com discrição, o que lhe da um conjunto harmonioso e equilibrado, redondo. Muito agradável.

É um corte de 80% de Merlot e 20% de Cabernet Franc. Nota-se claramente a maciez típica da Merlot. A Cabernet Franc entra dando estrutura e a acidez para torná-lo muito bem equilibrado. Este vinho é um representante muito importante dos vinhos de Bordeaux, porém não os famosos do Médoc. Ele é da região de Saint Emilion. Esta região tem também suas denominações de origem. Neste caso este é um Appelation St Emilion Grand Cru Contrôllé. Os vinhos desta região estão fazendo muito sucesso, pois não tem ainda os preços estratosféricos dos irmão famosos do Médoc, mas são vinhos excelentes.
O vinho:
Na taça vermelho rubi com bordas violáceas.

No nariz, frutas vermelhas secas, tabaco, especiarias, nozes, tudo discreto e elegante.

Na boca, um vinho espetacular, gostoso, macio e aveludado.

Um dos melhores vinhos que já tomei nos últimos anos.

Difícil de encontrá-lo por aqui, mas se vais para Europa, procure nos free shoppings de lá. Na França sai por cerca de 30,00 euros.
Na importadora Gran Cru esta por R$280,00....




quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cabreo - IL Borgo - 2000


Um Super Toscano
Descrever este vinho não e nada fácil, pois seria uma lista interminável de superlativos, começando por este "apelido" dados pelos Americanos e Ingleses a estes vinhos da Toscana, na Itália.
Mas é isso mesmo, este é um típico exemplar destes super vinhos.
A Itália passou por uma tremenda revolução na forma de produzir seus vinhos. Até o final da década de 1970, os vinhos Italianos típicos eram muito ruins e produzidos sem o menor cuidado. Mas da década de 1980 para cá muita coisa mudou e produtores famosos, como o Marquês Piero Antinori, revolucionaram tudo: replantaram castas, mudaram a forma de dispor as vindimas (mais espaço entre as plantas, privilegiando a insolação maior das uvas), experimentaram novos cortes, novas formas de envelhecimento, etc...
O resultado veio logo e foi felizmente copiado por todos os produtores da região. Hoje então, a Toscana produz os famosos Chianti Clássicos e dentre estes vários são identificados por "Super Toscanos". Este apelido define estes vinhos por sua intensidade, sabor e complexidade.
Mas vamos ao vinho:
Este vinho é um corte de 70% Sangiovese e 30% Cabernet Sauvignon. Veja ai uma uva "estrangeira" na composição de um vinho Italiano. Mas não imagine que encontraras algo parecido com os Cabernet Sauvignon Chilenos ou Americanos, onde muitos vinhos são meio que o mesmo vinho.
Minhas impressões:
Na taça, vermelho granada escuro, com lágrimas abundantes.
No nariz....bem ai é uma loucura...tem tudo ali...pimenta, chocolate, frutas secas, menta, madeira, baunilha, tudo harmonioso e equilibrado, mas intenso, muito intenso....super...
Na boca um vinho simplesmente delicioso, carnudo, espesso, redondo...sei lá, não consigo encontrar mais adjetivos....Um vinhaço...
Infelizmente este é vinho difícil de se encontrar por aqui...abundante naquelas terrinhas de lá, custa cerca de €25,00. Se fores por la ou se tens um amigo vindo de lá, não tenha dó, compre ou encomende pelo menos umas 2 garrafas, pois lhe garanto serão inesquecíveis....

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Batasiolo - Barbera d’Alba Sovrana DOC


Algumas vezes é inevitável e você compra um vinho pura e simplesmente por seu rótulo.
É aquele encanto que não leva em consideração propriamente o vinho, mas a beleza daquela garrafa, ornamentada por um belo rótulo. Assim são os vinhos desta vinícola: Beni di Batasiolo.
A garrafa é longa, esbelta com um rótulo muito bonito.
Mas felizmente não é só isto que faz deste vinho uma atração. Trata-se de um vinho muito bom.
Um vinho para se tomar com calma e bem devagar, pois ele é complexo, surpreendente, harmonioso.
Não há uma única característica marcante. São várias. Feito a partir da uva Barbera, uma uva tipicamente Italiana.
Na taça, vermelho rubi, intenso, com reflexos mais claros nas bordas.
No nariz, um pouco de tudo e muita coisa. Madeira, especiarias, chocolate, baunilha. Tudo equilibrado, bem disposto.
Na boca, leve e macio, aveludado, equilibrado. Um belíssimo vinho.
Boa opção de compra no free shopping (USD$20,00). Uma excelente relação custo benefício.
No Brasil você o encontra no Zona Sul supermercados por R$55,00.