terça-feira, 25 de agosto de 2009

Decifrando Rótulos - Denominação de Origem

Quando partimos para a Europa, decifrar rótulos fica um pouco mais difícil. Os rótulos muitas vezes não dizem nada para quem não conhece aquele vinho. Veja o exemplo de um vinho Francês na imagem abaixo:




Não havendo conhecimento prévio, deste rótulo temos o ano da safra, o nome da vinícula e a informação que se trata de um Grand Cru da região de Corton. E dai? Pois é, esta é a maior dificuldade com relação as vinhos franceses de um modo geral. Onde a Denominação de Origem é que é a referência mais importante para a classificação dos vinhos.
A Denominação de Origem refere-se a uma determinada região onde os produtores se unem e criam regras específicas para a produção dentro daquela região. Assim na França têm-se os vinhos Slide 8AOC - Appelacion d´Origine Contrôlée, por exemplo. Em teoria vinhos destas regiões teriam sua qualidade garantida. Mas, nem sempre isto é fato e no final, só provando e provando é que se tem a oportunidade de ir definindo o que mais lhe agrada.

Veja agora um rótulo Espanhol:

Este vinho é da região de Rioja, é um Crianza, o que significa um vinho envelhecido que passou pelo menos 12 meses em barrica.
Na Espanha, há ainda a o uso do termo Gran Reserva, o que significa pelo menos 2 anos em barrica. Lá há a Denominacion De Origem Calificada, que da mesma forma definiria vinhos com qualidade garantida por terem sua região de produção demarcada e o processo de produção minimamente padronizado.

Na Italia têm-se os vinhos DOC e DOCG (Denominazione de Origem Controlata e Denominazione de Origem Controlata e Garantita) em regiões demarcadas como a do Chianti. Da mesma forma tentam garantir a qualidade do vinho.

Esta denominações são um indicativo de que o vinho pode ser de qualidade, mas não uma garantia.

Portanto, tomar a decisão de compra baseada somente no rótulo é um pouco complicado, especialmente nos vinhos europeus. Com o tempo, conhecendo-se um pouco mais as regiões produtoras, tem-se então um idéia melhor e o índice de acerto vai ficando cada vez maior. Em resumo, não da para ser simplista e numa primeira olhada definir se este ou aquele vinho é bom ou não.
Meu método é bem simples. Provar e provar. Sempre que compro um vinho que não conheço, procuro memorizá-lo muito bem na hora da degustação. Assim, quando encontrá-lo mais uma vez, pronto já tenho a compra certa ou o descarte certo.

Provemos então.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Decifrando Rótulos - vinhos Argentinos e Chilenos

Entender os rótulos dos vinhos é o primeiro passo para tentar comprar algo que lhe agrade. A cena é bem comum. Diante de uma gôndola de supermercado, inúmeras opções. E ai? O que levar? O quer dizer aquele monte de nomes?

Resolvi começar estão esta "tradução" usando como exemplo vinhos Argentinos e Chilenos, pois não dá para deixar de perceber a verdadeira invasão destes, principalmente em supermercados. Já houve casos em que em vi uma gôndola inteira onde não havia um único rótulo nacional por exemplo. Tudo do Chile e Argentina.

A principal razão disto tem a ver com a qualidade cada vez melhor dos vinhos destes países e é claro os preços, principalmente dos vinhos mais simples, sempre bem em conta. E diga-se de passagem, mesmo estes vinhos simples conseguem agradar bastante.

De um modo geral, os vinhos mais populares como os Chilenos Santa Helena, Santa Carolina, Concha y Toro, Cousino Macul e os Argentinos Trapiche, Bisonte, Angaro, etc... são vinhos varietais (feito majoritariamente de uma única uva). Desta forma, a primeira informação que nos interessa no rótulo, além da vinícola ou nome do vinho é a uva da qual ele foi elaborado.

Assim nos vinhos Chilenos você vai encontrar as seguintes uvas:

Tintos: Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenere, Shiraz, Cabernet Franc.
Brancos: Chardonay, Sauvignon Blanc, Riesiling.

Nos Argentinos serão estas as uvas mais comuns:

Tintos: Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot, Shiraz.
Brancos: Torrontés, Chardonay, e recentemente Pinot Grigio.

Outra informação importante é o ano da safra do vinho. O ano ali estampado, indica o ano da colheita/início de produção do vinho. Assim, encontramos neste ano de 2009, vinhos de 2008 e anteriores.

Vinhos jovens, tendem a ser bem frutados com pouco corpo e estrutura. Safras mais antigas, desde que tenham sidos liberados pela vinícula mais tarde, normalmente referem-se a vinhos mais elaborados, com mais corpo e estrutura.

As palavras Reservado e Reserva vão aparecer com frequencia, principalmente nos Chilenos, significando Reservado uma breve passagem em madeira (que pode ser barrica ou grandes tonéis) e Reserva ou Gran Reserva que indicará que foi em barricas seu envelhecimento. Este tempo de envelhecimento não é padronizado, mas de um modo geral os Reserva ficaram entre 4 e 6 meses e os Gran Reserva entre 6 e 8 meses ou até mesmo um ano.

Os destaques nestes dois países ficam por conta da uva Carmenere do Chile, que propagandeia muito o fato desta uva ter sido extinta na Europa e então reencontrada e que até então era confundia com a Merlot.

Na Argentina a campeã é a Malbec. Produz vinhos intensos e bem estruturados. Esta uva se adaptou muito bem à região de Mendoza.

Nos brancos, a Chardoanay reina absoluta no Chile e a Torrontés é a campeã da Argentina.

No vinho da imagem, temos então um vinho da vinícula Concha y Toro, que tem o nome Don Melchior e é produzido a partir das uvas Cabernet Sauvignon e a safra, que não aparece na imagem é 2006.
Boas compras.

sábado, 22 de agosto de 2009

Espumantes: sempre uma boa opção.



Não tenha dúvidas. Espumantes sempre caem bem. Como aperitivo, entrada, acompanhando um prato principal, no verão, no inverno, para comemorar, para esquecer, para aquecer (os ânimos principalmente), para refrescar. Enfim, espumantes são sempre um boa pedida.
É uma bebida alegre e elegante, romântica e bacana.


Falando um pouco sobre espumantes:

Já postei sobre isto, mas vai ai um pouco mais:

Espumantes são vinhos que passam por um segunda fermentação que pode ser na própria garrafa (método Champenoise) ou em grandes tanques de aço-inox (método Charmat). É esta segunda fermentação que faz surgir as bolhinhas e a pressão, responsável pelo famoso estouro da rolha. Ao degustar um espumante, observe o tamanho e a intensidade das bolhinhas: quanto menores e abundantes, melhor é o espumante
De um modo geral os espumantes mais bem elaborados são sempre produzidos pelo método Champenoise.
Outro diferencial é quanto a concentração de açúcar adicionado ao espumante para equilibrá-lo. Os com pouco açúcar são denominador BRUT e os com um pouquinho mais DEMI-SEC.
Eu pessoalmente prefiro sempre os Bruts, pois não gosto de bebidas doces.
Aos poucos também já estão sendo produzidos espumantes nacionais do tipo Rosé, que é o resultado da adição de uma pequena parcela de vinho tinto no corte do espumante.
Aliás, o melhores espumantes sempre são um corte de duas ou três uvas (Chardoany, Pinot Noir e Pinot Meunier).

Os Champangnes são obrigatoriamente produzidos pelo método Champenoise. E só relembrando, o nome Champangne só pode ser usado pelo vinho produzido na região de mesmo nome na França e sob restritas regras. De lá saem preciosidades como os Don Perignon, Moet Chandon, Krug, Veuve Clicquot e tantos outros muito bons, mais muito bons mesmo.

Mais detalhes visite o link abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Champanhe_(vinho). Vale a pena.

Aqui no Brasil, como escrevi no tópico anterior, estamos produzindo espumantes muito bons.
Dois rótulos que gosto muito são o Chandon Brut e De Greville Brut.
O segundo um pouco mais em conta, principalmente nos supermercados.





Ao servi-los, cerca de 40 minuntos no congelador e depois em balde com bastante gelo.
Taça do tipo fluté e tim tim.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Vinho Nacional: bom, ruim ou apenas preconceito?

Esta é uma daquelas perguntas invariáveis sempre que estou entre amigos que também gostam de vinho. Afinal somente os vinhos importados são bons?

O vinho brasileiro evoluiu muito nos últimos anos com a introdução de tecnologia no processo de plantio e manejo e principalmente na vinificação. Novas castas foram importadas e introduzidas, métodos de plantio modificados, tanques de cimento foram substituídos por cubas de aço inox com controle de temperatura automatizado, análises precisas em laboratórios tornaram-se rotina, enólogos de renome foram chamados. Enfim, melhorias que resultaram em vinhos melhores.
Mas....,pois é tem um mas.
Apesar de todos estes esforços, nosso vinho ainda deixa muito a desejar e bons rótulos ainda são uma exceção. E isto tem muito a ver com um problema bem complicado. A localização de nossas regiões produtoras. As regiões ideais para a produção de vinho ficam localizadas entre as latitudes 30° e 50° norte e sul. Nestas faixas do planeta o clima é temperado, com estações bem definidas (invernos frios e verões quentes e secos). Olhando no mapa abaixo, vê-se que nesta faixa estão ali localizados os principais e mais importantes produtores do mundo. Europa (Itália, França, Espanha, Portugal, parte da Alemanha), No novo mundo (Austrália, Nova Zelândia, Chile, Argentina, Califórnia).





Para nós sobrou uma pontinha, mas apesar desta pontinha, o nosso clima não ajuda.
A videira tem um ciclo muito bem definido que faz toda diferença na qualidade da uva que ela produz. Assim, no inverno ela hiberna (veja a foto abaixo). Parece até que a planta esta morta.




Ai vem as primeiras florações na primavera. Frutos e colheita no verão.



Poda no outono.




Neste países, verões secos e quentes.
Aqui em nossas terras, verões quentes, porém úmidos, muito úmidos. Mesmo na Serra Gaúcha, é comum chover muito no verão.
O excesso de água nesta fase compromete muito a qualidade da uva, pois ela absorve muita água, diminuindo sua concentração de açúcar e outros componentes fundamentais para um vinho de qualidade.
Além disso, por incrível que pareça, nosso solo é muito rico em nutrientes, o que também atrapalha. Estranho não é? Mas a videira produz as melhores uvas (mas em pequenas quantidades) em solos pedregosos e até certo ponto pobres em nutrientes.
Tenta-se de tudo, mas principalmente no vinho tinto, estas características resultam num vinho sem corpo, sem estrutura.
Muitas vezes é necessário se utilizar de um recurso, chamado chaptalização, onde açucar é acrescentado ao mosto durante a fermentação para compensar a falta de açucar da própria uva.

Há exceções é claro, mas de um modo geral ainda é muito difícil competir com vinhos das regiões mais apropriadas. Lá estas condições estão bem atendidas.
Aqui quando se consegue um vinho bom este acaba tendo um preço que não consegue competir com os vinhos dos nossos hermanos da Argentina ou Chile, por exemplo. Juntando ai também o fato de que se têm o estigma do vinho importado, a vida dos produtores aqui acaba não sendo nada fácil.

E o Vale do São Francisco? Lá não chove nunca não é mesmo. Pois é, e também é verão o ano todo. A videira lá produz 3, 4, 5 ou até mais vezes por ano. Ai o problema é outro, a videira não consegue fazer seu ciclo natural (hibernação, floração, maturação, poda) no tempo adequado. Consegue-se, portanto uma alta produtividade, mas a qualidade fica muito comprometida.

Nos vinhos brancos, por terem suas uvas colhidas bem antes das chuvas de verão, e por necessitarem de menos corpo e estrutura, já conseguimos bons resultados, principalmente nos espumantes, com alguns rótulos muito interessantes mesmo. Neste caso a tecnologia no processo de vinificação vem fazendo toda da diferença.

Mas é isto, nosso vinho, principalmente os tintos, apesar de estarem melhorando a cada ano, ainda não conseguem competir em pé de igualdade com rótulos oriundos das grandes regiões produtoras no mundo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vinhos Portugueses - Curiosidades

Antes de falar propriamente sobre os vinhos Portugueses, não posso deixar de falar sobre os nomes de alguns vinhos portugueses, pois são muito interessantes.
Veja só a criatividade dos nossos patrícios:

Periquita

Pera Manca

Cabeça de Burro

Porca de Murça

Dão

Cartuxa

Fico imaginando como seria uma pera manca :))))
Enfim, são nomes bem curiosos e no mínimo chamam a atenção, pois dispensam aqueles nomes chiques dos vinhos Franceses por exemplo.
A foto acima é uma propaganda do Periquita, e esta escrito o seguinte: "Periquita, o vinho para voce cair de boca" . Bem ousado não é mesmo? Achei ótimo.

Mas, agora falando dos vinhos propriamente ditos, da lista acima, o Pera Manca é considerado um vinho de primeiríssima linha. Aqui no Brasil ele custa entre R$400,00 e R$500,00.
Mas há muitas boas opções a preços mais módicos, como o próprio Periquita, o Montado (já apresentado em outro tópico., como o Cartuxa também). Um que gosto muito e tem um preço muitas vezes razoável é o EA, que é da mesma vinícula do Cartuxa (a Eugênio Almeida).
Uma característica marcante dos vinhos Portugueses é seu perfeito casamento com comida. Vinho Português pede comida. Comida mesmo. Nada de queijinhos, frios, etc... Ponha comida na mesa e você terá uma combinação perfeita.

Blason Timberlay Bordeaux

Gostaria de apresentar este vinho, pois me foi uma grata surpresa. Comprei-o na Imigrantes Bebidas (http://www.imigrantesbebidas.com.br), loja virtual que já falei aqui em um post anterior. Até então vinha evitando comprar vinhos Franceses com eles, pois os rótulos não me encantavam muito. Ou muito caros, ou baratos a ponto de se supor ser um vinho ruim. Este foi apenas um palpite e gostei muito.
É um vinho que diria da nova era dos vinhos franceses: bem frutado, levemente encorpado. É Redondo mesmo. É um corte de Cabernet Sauvignion com Merlot.
Combina bem com um prato de carne vermelha ou carne branca com molho de queijo por exemplo. Tem persistência e vai bem até o final da garrafa.
Esta por R$39,50, o que é uma boa relação custo benefício.

Bordeaux é a região mais aclamada do mundo na produção de vinhos. É de lá que saem os "Gran Crus", vinhos top de linha que são negociados a preços exorbitantes. Petrus, Chateau Lafite, Chateau Margox, Chateau Latour, La Mission Haut-Brion e tantos outros que representam o estado da arte na elaboração de um vinho.
É claro que o nosso amigo aqui não é nada disso, mas é uma boa opção para quem esta cansando de tomar somente vinho Chileno e Argentino e quer provar um Francês típico por um preço razoável.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Vinho tem tanto cheiros assim?


Pois é, não há como não ficar se perguntando se vinho tem mesmo tanto cheiros assim. Ao ler uma revista, artigo no jornal ou internet, o sujeito prova um vinho e lá vem aquela lista enorme de cheiros encontrados, parecendo que ele esta dentro de um Ceasa concentrado. Alguns então sentem "cheiro do suor de gazela correndo pelos bosques do sul da França". É chocolate, pimenta, noz, fruta madura,ameixa, couro, terra, café, melão, pera, maracujá, flor,.... uma lista realmente muito grande.
Num primeiro momento a maioria dos simples mortais que quer apenas tomar seu vinhozinho, fica até deprimido, pois ou o cara que descreve isso tudo tem um analizador de particulas no nariz ou não entendemos nada de vinho mesmo.
Bem, como uma querida amiga sempre diz, nem tanto a tanto nem tanto a pouco.
Antes de falar do cheiro dos vinhos, é importante que entendamos como nós funcionamos no que se refere ao olfato e paladar. É isso mesmo, olfato e paladar estão muito ligados. Já reparou que quando estamos com o nariz entupido tudo que comemos fica sem gosto. Há uma razão muito simples: nosso paladar só funciona se o olfato funcionar. Nosso cerebro só reconhece os gostos se conseguir captar os odores. Então para que possamos degustar qualquer coisa (comida ou bebida) o olfato tem que estar acionado e funcionando.

Portanto prestarmos atenção ao cheiro de algo antes de comê-lo ou bebê-lo faz parte de nossa natureza.

E há ainda o aspecto visual do que esta a sua frente.

Então, exageros à parte, ver, cheirar e sentir o paladar trata-se de um conjunto de sensações que nos da a essência do prazer quando estamos comendo ou bebendo algo.

Mas respondendo a pergunta do tópico. Vinho tem tanto cheiros assim mesmo? Pois é, tem.

Por um daqueles caprichos da natureza, os vinhos nos brindam com uma gama muito grande de odores, que em se tratando de um vinho mais elaborado chama-se "buquet".

Estes odores estarão relacionados com todo o processo de produção daquele vinho e os mais importantes são: a uva ou uvas utilizadas em sua composição, o chamado "terroir" (se pronuncia terroar e significa o conjunto solo/clima de uma região produtora), o método de envelhecimento (tipo de barricas) e o tempo de guarda na garrafa.

De um modo geral os vinhos tintos terão odores de coisas escuras (ameixa, amora, chocolate, café, pimenta, couro, madeira, etc...)

Os vinhos brancos, coisas brancas (abacaxi, maracujá, melão, mel, casca de pão, etc...).

Encontrar os odores de um vinho é um exercício associado a sua memória olfativa. Requer treino e habilidade. Algumas pessoas têm esta memória muito boa e tem também o seu olfato bem apurado.

Mas para quem quer apenas tomar seu vinho, não se preocupe tanto se voce não encontrou tantos cheiros assim em um vinho. Num primeiro momento o cheiro tem que lhe agradar, da mesma forma que o cheiro de uma comida o tem.

Se você tem curiosidade, vá treinando e tentando identificar o que um determinado vinho tem de mais marcante. Aos poucos você vai antes mesmo de beber, já ter uma boa idéia do que irá tomar. É bem legal isso, mas nada tão fundamental assim.

Afinal não é porque você não tem a nareba do Robert Parker (aquele que tem o nariz segurando em 1 milhão de dólares) que você vai deixar de curtir um bom vinho certo?







terça-feira, 4 de agosto de 2009

Vinho do Porto, Jerez e Vinho Madeira

Mais três vinhos que poderíamos chamar de "diferentes". Estes vinhos têm em comum o fato de serem vinhos fortificados. Fortificados porque eles têm adicionado aguardente vínica (cachaça de vinho) em sua elaboração. Portanto são vinhos com o teor acoólico muito maior do que os vinhos tradicionais. Sua graduação fica entre 18° a 24° Gl.

Apesar desta semelhança fundamenteal eles têm características muito próprias. Vejamos então:


- Vinho do Porto: Produzido em Portugal. Há vinhos tintos e brancos. Os tintos são os mais comuns e podemos encontrá-los com até 40 anos de envelhecimento em barricas de carvalho. Estes vinhos atingem altos preços e são considerados preciosidades.

Mas há muito bons vinhos do porto por preços que variam de R$40,00 a R$100,00.
Essencialmente trata-se de um vinho de sobremesa, pois além de muito alcoólico ele também e levemente adocicado, pois sua fermentação é interrompida antes que todo o açúcar presente no mosto seja transformado em álcool (método parecido com os vinhos de sobremesa - latest harvest).
Deve ser servido levemente resfriado (14°-15°) antes ou junto com a sobremesa, em cálices.




- Jerez ou Xerez : Produzido principalmente na Espanha na região da Andalucia (Jerez de la Fronteira, Sevilla). Há uma variedade enorme de Jerez, mas os mais comuns são bem secos e alcoólicos. São normalmente servidos como aperitivos levemente resfriados (14°-15°). Na Espanha, mesmo no verão é comum ser servido a temperatura ambiente.






- Vinho Madeira: Basicamente é produzido como o vinho do porto, porém somente na Ilha da Madeira. Isto faz com que este vinho tenha características próprias em função do tipo de terreno e clima bem típicos de ilha. Da mesma forma deve ser servido no final da refeição levemente resfriado.

Por se tratarem de vinhos que toma-se como um licor, mantê-lo depois de aberto costuma ser um problema, pois dificilmente consome-se uma garrafa inteira em uma única refeição. Sendo fortificado, seu tempo de deterioração é bem maior que um vinho comum, mas vai ocorrer do mesmo jeito. Aconselha-se então guardá-lo fechado (não com a própria rolha, mas com um tanpa própria. Há no mercado diversos modelos que permitem um boa vedação) de preferencia na adega e em pé.