sábado, 26 de setembro de 2009

Ritual ou Frescura ao beber vinho?


Não tem jeito, volta e meia alguém solta uma criticando ou associando o ritual de degustação de um vinho a algo afetado ou snob.
Reconheço que algumas pessoas exageram e transformam o que deveria ser apenas um ato de puro prazer em um ritual quase monástico ou até mesmo caricato. É um tal de ficar cheirando o vinho indefinidamente ou então girando a taça como se fosse um bambolê de mão.

Exageros à parte, eu pessoalmente acho que beber ou comer qualquer coisa deveria sempre ser precedido de um ritual sim. Comer por comer ou beber por beber nos transforma apenas em máquinas onde comida e bebida são apenas combustível.

Há inúmeros estudos científicos atualmente que conseguiram desvendar o que até pouco tempo era um mistério. Por que seria que os Europeus de um modo geral não estavam sofrendo dos mesmos males associados a alimentação que os americanos? Dois fatores sempre aparecem nestas pesquisas: a qualidade da alimentação e a qualidade do ato de se alimentar. Enquanto os Americanos inventaram e instituíram o "fast food" (sinônimo de comer rápido e porcaria) na Europa a linha é a do "slow food". Comer bem e devagar. Com ritualidade mesmo.

Prestar atenção no que esta se comendo ou bebendo, apreciar a aparência, sentir o cheiro, ingerir devagar e com calma deveria na verdade ser a rotina e não a exceção.

Portanto, ritualizar a degustação de um vinho é render uma homenagem não apenas ao vinho, mas a si próprio.



De todas as bebidas, o vinho tem um enorme destaque nesta conjunção de degustar e harmonizar.

Ninguém, normalmente, bebe vinho para se embebedar. Até porque há formas mais baratas de e fazer isto. Vinho esta intrisecamente associado a comida e a tempo.

Então sejamos menos críticos e mais observadores. Ritualize sem medo, afinal não é frescura, mas apenas uma forma de viver melhor. Mas sem exageros é claro.

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