quinta-feira, 30 de julho de 2009

Tarapaca Gran Reserva

Este tem sido o vinho Chileno que mais tomei até hoje. Se estas a procura de vinho para ser chamado de encorpado, então não tenha dúvida. Este é um vinho bem encorpado. Encorpado, frutado, cai viscoso na taça. Ótimo para acompanhar carnes vermelhas bem temperadas, churrasco e coisas do gênero. Vinhão.
Ele é um varietal e é produzido em três uvas: Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenere.
Eu pessoalmente acho o Merlot o melhor deles, pois é mais redondo e macio.
Além disso há a opção também do chamado "etiqueta negra", que basicamente é o mesmo vinho porém que ficou mais tempo em barrica de carvalho.
Em minha opinião o rótulo branco é melhor (e mais barato também, pois normalmente o etiqueta negra custa o dobro do etiqueta branca).
O tempo a mais em barrica deixou o etiqueta negra com muito gosto de baunilha (exagerado mesmo).
No Rio de Janeiro este vinho volta e meia esta em promoção no Zona Sul por menos de R$40,00. Uma verdadeira pechincha. Encontrando, compre logo alguns e guarde na sua adega. Ele não é um típico vinho de guarda, mas aguenta bem até dois anos e fica muito bom. Sou fã deste vinho.





Enólogo, Enófilo, Sommelier. Quem são esses caras?

Já ficou na dúvida?

Esclarecendo então:

ENÓLOGO - O enólogo é formado na faculdade de enologia (a ciência que estuda os vinhos), é o técnico especialista em técnicas de vinificação e produção de vinhos. Normalmente trabalha na vinícola. Ele acompanha o desenvolvimento da videira, sua colheita, a fermentação do vinho, seu envelhecimento e seu envasamento.

A foto abaixo é de Michel Rolland, tido como o mais influente enólogo do mundo na atualidade. Ele presta seus serviços para dezenas de vinículas pelo mundo (Europa, Austrália, Argentina, Chile e recentemente para a Miolo no Brasil). Junto com Robert Parker é acusado por seus detratores de estar também "padronizando" os vinhos. Há inclusive um documentário chamado MODOVINO que basicamente descasca em cima dele. O filme é meio chato, mas vale a pena para se ter uma idéia melhor de como funciona o mercado mundial do vinho atualmente.



ENÓFILO - É um estudioso do vinho (ou amante). Aprecia e valoriza essa bebida, ou, ainda, se dedica profissionalmente ou por prazer a estudar o maravilhoso mundo dos vinhos. É o crítico da bebida. Degustador. Amante. Enófilo é diferente de enólogo, devido ao fato de que o enólogo é um graduado que cuida da produção de vinhos exclusivamente.

A foto abaixo é de um Enófilo não tão famoso como o Enólogo acima, mas com certeza um apaixonado por vinho e que vem tentando aprender o máximo que pode sobre o assunto. E degustando bastante também. Eu mesmo :)).




SOMMELIER - Este profissional é, digamos, o maître de vinhos de um restaurante e tem as seguintes tarefas: primeiro é de elaborar a carta de vinhos do restaurante onde trabalha, de acordo com a bandeira ou o estilo dos pratos. Evidentemente se for de culinária francesa, a carta dará mais ênfase aos vinhos da França etc. Em segundo lugar, fazer a manutenção dos vinhos na adega e as respectivas compras de reposição; em terceiro lugar, fazer o serviço do vinho aos clientes nos horários de funcionamento do restaurante, que compreende desde o atendimento inicial, auxílio da escolha do vinho na carta, seguindo pela abertura da garrafa e o serviço nas taças de modo elegante e preciso. Porém sua principal e mais difícil tarefa é a de fazer o aconselhamento do vinho que melhor se harmonize com o prato solicitado pelo cliente.

A foto abaixo mostra um Sommelier transpondo um vinho para um decanter. Esta técnica visa separar os sedimentos que podem estar na garrafa bem como permitir uma melhor aeração do vinho. Aplica-se em vinhos muito antigos que sem este processo não estariam em condições de serem bebidos.




No link abaixo tem bastante informações sobre o assunto e o site é bem legal:

http://www.sommelier.com.br/vinho/sommelier.htm

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Vinho caro é vinho bom?


Em complemento ao tópico anterior, acho que naturalmente esta pergunta surgiria.
Afinal, vinho caro é sinônimo de vinho bom?
Como diria o humorista, há controvérsias:

O mercado internacional de vinho andou muito inflacionado nos últimos anos, fazendo com que o preço de vinhos medianos fossem as alturas. Este fenômeno estava associado principalmente a crescente popularidade do consumo de vinho em todo mundo e é claro com os fenômenos especulativos típicos do capitalismo. Um vinho que custava cerca de U$25,00 ganha uma nota bem alta de um avaliador renomado. Pronto, de uma hora para outra este vinho já esta cotado a U$150,00, U$400,00 a garrafa. E as vezes vai a muito mais. Como disse no tópico anterior, deixa de ser vinho e torna-se objeto de desejo. Com a recente crise financeira mundial, a expectativa é que haja um retorno a normalidade dos preços. É esperar para ver.
Escritores famosos como Robert Parker, Jancis Robinson, Hugh John, especialistas reconhecidos no mundo do vinho, defendem a idéia de que vinhos com preços estratosféricos são uma imoralidade e aberração, mas eles mesmos ao comentarem sobre determinado vinho, dando-lhe boas referências, acabam por inflacionar o mercado.
E eles também juntamente com revistas especializadas como Wine Spectator, Decanter, etc... tem insistido de que o preço razoável por um bom vinho deva ser algo como U$20,00 a U$40,00 ou o equivalente em Euros.
Para a nossa realidade, com impostos de importação, algo entre R$40,00 e R$80,00.
Portanto o mito do vinho caro, como sendo um vinho muito bom tem mais a ver com sua valorização no mercado do que propriamente sua qualidade.
Eu pessoalmente faço a seguinte conta: acho muito improvável que um vinho de R$1.000,00 seja 20 vezes melhor do que um vinho de R$50,00. E caso seja, sinceramente não tenho competência para julgar.
Uma vez mais sendo bem prático, R$50,00 no Brasil, é um bom parâmetro para vinhos de qualidade e bons. Até R$100,00 você vai encontrar vinhos já de excelente qualidade e a partir dai é uma questão do bolso de cada um :)))
Mas, mantendo a pergunta, não quer dizer que todos os vinhos acima deste patamar serão bons.
Na verdade, eu particularmente acho que o legal e conseguir coisas boas a preços razoáveis.
Dia desses, tomei um Italiano Chianti, DOCG muito bom e estava por meros R$29,90. Um achado...
Concluindo: na faixa de R$20,00 provavelmente você não terá surpresas. São vinhos simples e pronto.
Entre R$40,00 e R$60,00 tem muita coisa boa, e é claro algumas porcarias com rótulo bonito.
Na faixa de R$100,00 e acima, você já encontra um número maior de vinhos muito bons mesmo.
Enfim, vá provando e formando sua opinião, pois não se esqueça, gosto é muito pessoal e não é porque o Robert Parker disse que é bom que você vai gostar e pagar mais caro por um vinho. Afinal seu dinheiro não dá em árvores certo?


A propósito, Robert Parker é considerado por muitos o maior especialista em vinhos da atualidade. Controverso e polêmico, tem sido acusado de estar "padronizando" os vinhos pelo mundo a fora, pois gosta de vinhos frutados e encorpados sempre com o mesmo jeitão.

Polêmicas a parte, só de curiosidade, seu nariz esta segurado por 1 milhão de dólares! Que nariz heim!



sábado, 25 de julho de 2009

Vinho de Guarda, o que é isto?

Quanto mais velho, melhor fica o vinho?

Duas questões bem pertinentes. Vamos esclarecer um pouco:

Começando pela segunda questão: Quanto mais velho, melhor fica o vinho?

A resposta é não. A imensa maioria dos vinhos que estão disponíveis nos supermercados e lojas são vinhos "prontos" para serem bebidos imediatamente. Isto significa que durante o processo de vinificação tentou-se obter o máximo de qualidade que este vinho poderia ter.
Sendo assim, ao guardá-lo por muito tempo (alguns anos, por exemplo), provavelmente este vinho estará pior do que quando comprado. Isto se aplica especialmente aos vinhos mais simples.

Alias, vamos fazer uma pausa neste tópico e definir melhor o que é um vinho mais simples:

"Trata-se de um vinho em que todo o processo de vinificação (desde a escolha das videiras e colheita até o possível envelhecimento em barricas de carvalho) é bem menos sofisticado e depurado. Podemos dizer que é um processo mais industrializado que visa a produção de grandes quantidades com qualidade apenas razoável. São vinhos para serem bebidos sem muita pretensão e é claro normalmente são vinhos bem mais baratos. Sendo bem prático, dificilmente você vai encontrar entre vinhos típicos como os Argentinos e Chilenos que custam de R$20,00 a R$40,0 algum que possa ser considerado um grande vinho ou que ao ser guardado por muito tempo venha a ficar melhor do que já estava."

Portanto, guardar aquele seu Santa Helena por muito tempo, vai lhe proporcinar ao final de alguns anos, apenas um vinho "morto": sem sabor e sem vida. Compre-o, guarde-o somente para mantê-lo e beba-o logo. Digamos que ficar com ele na adega mais de 6 meses já é um exagero.

Por outro lado, vinhos mais "complexos" são vinhos que foram produzidos com muito mais esmero (a colheita, por exemplo foi feita manualmente para que nenhuma uva fique machucada e comprometa o inicio da fermentação). A produção normalmente é bem pequena e este vinho passa por envelhecimento em barricas de carvalho (às vezes de diferentes tipos) e também na própria garrafa antes de serem colocados à venda. Enfim, são vinhos mais exclusivos e também mais caros.

Vinhos da região de Bordeaux e Borgonha na França, Brunellos de Montalcino e Barolos na Itália, são exemplos.

Estes vinhos mais "especiais" tendem a evoluir com o tempo alcançando seu auge alguns anos depois de sua vinificação. Este tempo varia muito, indo de alguns anos (5, 10 ou 25) ate 100 ou mais anos. São vinhos caríssimos e não acessíveis facilmente. Estes vinhos são vendidos normalmente em leilões em grandes casas na Europa e nos Estados Unidos. Algumas safras podem alcançar preços como algumas centenas de dólares até milhares. Enfim, deixam de ser "apenas" vinho e se tornam objeto de desejo de colecionadores.

Ha alguns anos, um vinho que supostamente que pertenceu a Thomas Jefferson (safra de 1787) foi vendido em um leilão na Christie's de Londres por U$156.000,00.

Isto não quer dizer que não possamos "guardar" alguns vinhos e desfrutar de sua evolução. Há também vinhos "normais" a preços muitas vezes acessíveis que podem evoluir e nos propiciar algumas surpresas.

Fiz uma experiência com um Cartuxa português, safra 2001 e gostei do resultado. Recentemente repeti a experiência com outro português, um ACR reserva, safra 2004. Havia comprado duas garrafas e na primeira o vinho estava um pouco agressivo, com os taninos muito presentes (prendendo a boca). Guardei-o por um ano e o mesmo ficou bem mais macio.

Para poder evoluir, o vinho tem que ter o que se chama de estrutura para isto. Esta estrutura, como disse acima, tem a ver com todo o processo de obtê-lo e que varia muito de vinho para vinho.

Para ter acesso a vinhos de guarda sem ser milionario, a fonte são lojas especializadas, revistas, sites, etc... Procure se informar e quem sabe ao longo de alguns anos você não venha a ter algumas preciosidades em sua adega.
A propósito, o vinho da imagem é um Romanée Conti (te lembra alguma coisa? :))), vinho de guarda e bem caro: Preço da garrafa safra 2004: R$ 10.980,00!




terça-feira, 21 de julho de 2009

Montado - Alentejo


Gosto muito deste vinho. É um vinho simples, porém muito agradável. Conceitualmente este vinho será então classificado como um tinto leve. Ele é produzido pela mesma vinícula que produz o Periquitá. Ele é um vinho de corte (assemblage) das uvas Trincadeira e Aragonês, uvas típicas de portugal. Para alguns ele é melhor que o Periquitá, até porque sua relação custo beníficio é muito boa, pois trata-se de um vinho bem em conta.
No Rio de Janeiro, o Pão de Açucar costuma tê-lo por volta de R$20,00.
Recentemente combinei este vinho com um peixe em molho de manteiga. Ficou muito bom. Ele vai muito bem também como um vinho de entrada e até mesmo para beliscar uns petiscos.
Recomendo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Taças


Você já foi contaminado pela mosca do vinho. Não resiste mais a uma bela garrafa e sai comprando tudo que ve pela frente. Além disso, é claro, já comprou aquela adega para 72 garrafas e já esta colecionando um monte de vinhos bons....Mas na hora de tomá-los vai naquele copo de requeijão....fala sério. Ou então aquelas tacinhas da Casa e Video mais feias que bijuteria de cigana rsrsrsrsrs....Isso é o mesmo que beber cerveja em copo de plástico
Brincadeira...
A introdução é para na verdade dizer que vale a pena gastar um pouco mais e ter um jogo de taças bem legal. Cristal é claro.

Não precisa gastar um fortuna naqueles imensos conjuntos de 258 taças que você jamais vai ter onde guardar.
Um mínimo de duas de cada tipo (pois afinal tomar vinho sozinho é meio chato) e talvez 6 de cada tipo básico já são o suficiente.

As taças básicas que acho indispensáveis são as seguintes:

1 - Vinho Tinto - Devem ser bem grandes e levemente fechadas na boca. Isto propicia a tão importante aeração e concentração do vinho tinto que irá desprender todos os seus perfumes fazendo ele atingir sua plenitude.



A da imagem acima é o modelo básico e é muito boa.


2 - Vinho Branco - É consenso que para os vinhos brancos as taças devem ser menores, pois como o vinho branco é bem menos intenso em odores, uma taça grande iria comprometer isto. Além disso, por ser servido gelado, muito vinho na taça iria esquentar logo logo. Eu pessoalmente volta e meia tomo meus Chardonay em uma taça de vinho tinto. Servindo pouco a pouco. Eu acho que o vinho fica mais bonito nestas taças.
Mas vale a pena ter as menores.
Na imagem abaixo veja a diferença entre a para vinho Tinto e vinho Branco.




3 - Vinho Espumante - Champagne - Na imagem acima aparece também a taça correta para espumantes. Essa não tem jeito, tem que ser ela mesmo. Ela é chamada de "Flute" (flauta em francês). Este formato permite que as bolhinhas se formem mais elegantemente e durante mais tempo. Há algumas que tem a boca levemente fechada, o que ajuda a concentrar os perfumes do espumante. Eu prefiro estas.


Algumas coisas em geral:

1 - Evite taças que tenham desenhos ou pés/bases coloridas - elas atrapalham a visualização do vinho, pois estas cores e desenhos vão refletir no vinho.

2 - Não gele as taças, pois elas iram ficar "suadas" e que também atrapalha a visualização do vinho.

3 - Se for trocar de vinho, lave as taças para que os sabores/odores do vinho anterior não interfiram no próximo.

4 - Tanto para tintos como para brancos, nunca encha a taça até a borda. Nos tintos, mais ou menos 3 dedos é o suficiente.
Nos brancos, caso esteja usando taças menores, nunca acima da metade da taça;
Nos espumantes 3/4 da taça é uma boa medida.




Tim Tim......

domingo, 19 de julho de 2009

Adega Climatizada, ter ou não eis a questão!





Pois é, você tanto leu este blog, que já esta começando a gostar de vinho de verdade rsrsrsrsrsrs

Então, ter ou não ter uma adega climatizada?
Eu pessoalmente não saberia mais viver sem uma (aliás, duas, pois a primeira ficou pequena muito cedo).
Mas brincadeiras à parte, se você realmente se interessa por vinho, ter uma adega passa ser quase uma necessidade, principalmente para aqueles que moram em cidades mais quentes.
Este tipo de adega cumpre muito bem o papel de conservar o vinho tanto quanto a temperatura quanto a umidade.
Mesmo que você não venha a ter "vinhos de guarda" (falo disso em breve), mas resumidamente vinhos que irão evoluir com o tempo, manter algumas garrafas para o dia a dia sempre bem preservadas é muito legal.
Há no mercado inúmeras opções desde pequenas a bem grandes (até 100 garrafas) com preços variados também.
Basicamente o que há de diferente entre elas, além da capacidade, é o sistema de refrigeração utilizado:

1 - Adegas com compressor: estas fazem uso de um pequeno compressor de gás, da mesma forma que uma geladeira. O compressor é bem menor, pois as temperaturas desejadas e oferecidas normalmente são entre 10°C e 16°C.

2 - Adegas "eletrônicas": estas fazem uso de um sistema eletrônico de refrigeração, baseado em um efeito chamado Peltier (uma placa de silício quando energizada em um sentido esquenta, no sentido oposto esfria).
Este sistema tem limitações, pois sua potência é bem menor que um compressor, mas também consome muito menos energia e o ruído também normalmente é bem menor.
Só tenha atenção com marcas sem tradição, pois de um modo geral, mesmo as com marca são importadas da China e ai não é necessário muitas explicações certo?
O outro item importante é a qualidade/espaçamento das prateleiras. Há adegas que as prateleiras são muito ruins e ou o vinho pode cair facilmente ou garrafas mais bojudas não cabem.
Assim se for comprar pela internet, tente ir a uma loja e fazer uma "inspeção" primeiro.

Quanto a capacidade, ai vai valer suas pretensões. Se é para ter uma ou outra garrafa para eventualmente ter um vinho, uma pequena atende.
Se você é um "hardwine", o céu é o limite...

Mas considere poder por exemplo guardar algo como alguns tintos para o dia a dia, um ou outro branco, dois espumantes e quem sabe algumas preciosidades adquiridas em uma visita a Europa ou aos hermanos da Argentina...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Vinho Varietal e Assemblage ou Vinho de Corte o que é isto?

Volta e meia ouve-se estas definições não é mesmo? E o que significam?

Pois bem, um vinho é chamado varietal quando é produzido a partir de uma única uva, ou pelo menos 75% desta. A idéia para variar foi dos marketeiros americanos que na década de 70 introduziram este conceito por sua facilidade frente às complicadas denominações dos vinhos europeus, de regiões demarcadas. Em geral, os vinhos do novo mundo (Estado Unidos, Chile, Argentina, Austrália, Africa do Sul, Brasil) adotam este conceito.
Desta forma, ao ler em um rótulo Vinho tal, da vinícula tal, Merlot, significa então que o mesmo é pelo menos 75% feito a partir da uva Merlot.


E no velho mundo (Europa)? Lá a predominância é de vinhos identificados por sua região produtora, demarcada. Isto que dizer que o vinho será sempre produzido com as mesmas uvas e com processos de vinificação definidos.
Lá há então o conceito de Assemblage, que significa mistura. Em um vinho como este pode haver 2, 3, 4 ou até 15 uvas diferentes (como é o caso do famoso chateauneuf du pape), bem como vinhos de safras diferentes misturados. Tenta-se assim obter um vinho mais equilibrado e rico.




Isto quer dizer que vinhos varietais são mais simples?
Não necessariamente, pois como disse no tópico sobre vinificação, há diversos itens que irão definir a qualidade de um vinho. O diferencial neste caso é que em um varietal provavelmente você terá características mais marcantes associadas àquela uva do qual ele foi elaborado.
Assim vinhos varietais da uva Malbec tendem a ser encorpados e frutados. Os Merlot macios e leves, os Chardonay frutados e com acidez leve, etc...
Já nos vinhos de corte, o vinho tenderá a ser mais complexo com odores e sabores mais variados e de safra a safra variando também.

Em resumo, há grandes vinhos dos dois lados e experimentado será a única forma de você encontrar aqueles que mais lhe agradam. Eu pessoalmente gosto muito dos vinhos varietais Espanhóis (especialmente da uva Tempranillo) e gosto também dos Italianos cortados bem como Portugueses.
Do novo mundo já tive a oportunidade de experimentar preciosidades como Val de Flores e Achaval Ferrer Argentinos que são impressionantes. Muito bons mesmo. Infelizmente bem difíceis e caros aqui no Brasil.

Uma sugestão para fazer um degustação de comparação seria o seguinte:

Vinho Varietal: TERRAZAS MALBEC - ARGENTINO



Vinho de Corte (Assemblage): BORDEAUX SUPERIEUR CHATEAU BARDINEAU - FRANCES (uvas: cabernet sauvignon, cabernet franc, merlot, malbec e petit verdot)




Estes dois vinhos são encontrados no Supermercado Zona Sul, no Rio de Janeiro ( R$39,00 e R$29,00 respecitivamente).

Boa degustação.

Dois Vinhos diferentes

Neste tópico quero apresentar dois vinhos um tanto diferentes dos mencionados no tópico anterior.

O primeiro é o Vinho Verde. Este vinho é produzido exclusivamente na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, localizada no Noroeste de Portugal. A principal característica deste vinho é sua acidez acentuada, dai seu nome. Não se trata de forma alguma de uma acidez ruim, pois é um vinho muito agradável.
Há vinhos verdes brancos, tintos e até mesmo espumantes. Os mais comuns e tradicionais são os brancos.
Não consigo imaginar combinação melhor do que uma Bacalhoada com um bom Vinho Verde. Pratos assim com sabor acentuado, porém não gordurosos são boa compania para este vinho.
Sua temperatura de serviço deve ser em torno de 12 °C.
Um rótulo que gosto muito é o Muralhas de Monção. Sempre o encontro com bom preço nos Supermercados Mundial, no Rio de Janeiro.


O outro vinho diferente são os Vinhos de Sobremesa. Como o nome sugere, são vinhos para serem servidos depois dos pratos principais, junto com a sobremesa, pois são vinhos doces. Estes vinhos são muito interessantes e há rótulos caríssimos como o Sauternes frances. Quem tem a oportunidade de provar um vinho destes, de qualidade normalmente não o esquece jamais. Trata-se de um vinho muito especial.
Outra forma de identificá-los é com a descrição Latest Harvest que esta associada a colheita das uvas, bem retardada de formas que as uvas "murcham", perdendo bastante água e aumentado em muito sua concentração alcoólica.
E mais uma coisinha: este vinho é doce, porém não há adição de açúcar. O que se faz é interromper sua fermentação antes que todo o açúcar seja transformado em álcool.
Deve ser servido levemente resfriado (12 °c a 14 °c) em taças pequenas como a da foto.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vinho Tinto, Vinho Branco, Espumante. Guia bem rápido

Há a disposição, na internet mesmo, guias e mais guias, verdadeiras enciclopédias falando sobre o processo de vinificação. Vou tentar fazer um guia rápido, só para sanar aquelas dúvidas mais cruciais.

Os vinhos são produzidos a partir de uvas denominadas "vitis viniferas", e há uma enorme variedade destas uvas. Algumas mais comuns são as seguintes:

1 - UVAS TINTAS: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Carmenere, Pinot Noir, Nebliolo, Sangiovese, Tempranillo, Touringa.....




2 - UVAS BRANCAS - Chardonay, Sauvignon Blanc, Riesling, Semillon, Torrontés,....




Há muitas outras, e é fácil encontrar listas com os diversos tipos.

Basicamente vinhos tintos são feitos a partir de uvas tintas, e o vinho torna-se tinto porque durante o processo de fermentação as cascas são misturadas com o suco proveniente da prensagem destas uvas. Além da cor, as cascas acrescentam também os taninos, item determinante na característica deste vinho.
Este suco misturado com cascas chama-se mosto. A fermentação é realizada por leveduras próprias que ao consumirem os açúcares presentes no mosto, produzem entre outras coisas alcool.
Concluída esta parte do processo, o líquido resultante é filtrado e então já temos vinho. Trata-se de um vinho ainda "bruto" e no caso dos vinhos um pouco melhor elaborados, irá passar então um tempo em barricas de carvalho (que podem ser francesas ou americanas) para que ganhe corpo e estrutura. Este tempo de envelhecimento pode ser de alguns meses ou até mesmo anos.
Nos mais simples o vinho "descansa" em grandes tonéis de aço ou mesmo de madeira por alguns dias e após mais algumas filtragens é engarrado para consumo.
Nesta cadeia de produção, que inclui região produtora, tipo de solo, tipo de clima, qualidade da videira, técnicas de manejo da videira, técnicas de colheita, de transporte, fermentação, armazenamento, filtragem, envelhecimento, etc.... são itens que irão determinar então a qualidade final do vinho. Desta forma pode-se entender a imensa variedade de vinhos disponíveis e a variação na qualidade dos mesmos.

No caso dos vinhos brancos a fermentação é realizada sem a presença das cascas. Por esta razão pode-se inclusive produzir-se um vinho branco de uma uva tinta. A uva Pinot Noir, que é tinta, é muito utilizada na composição de espumantes brancos.
Não é comum que vinhos brancos sejam envelhecidos em barris de carvalho, mas recentemente esta técnica vem sendo cada vez mais utilizada, principalmente em vinhos da uva Chardonay. Os vinhos tendem a ficar mais "macios" e com uma cor bem mais encorpada. Em excesso esta técnica deixa o vinho enjoativo. Da mesma forma que os tintos, filtragem, descanso, engarrafamento...

Nos espumantes, que são feitos de vinhos brancos (dois ou três), basicamente o que se faz é uma segunda fermentação (que pode ser na própria garrafa, chamado método champenoise ou em grandes cubas, chamado método charmat) que irá produzir o gás carbônico, responsável pela pressão obtida e é claro as deliciosas bolhinhas...

Champagne são vinhos espumantes que só podem ser assim chamados se produzidos na região de champangne na França e seguir todo um conjunto de normas para sua produção.

Prosseco é nome de uma uva italiana muito comum na produção de seus espumantes. Acabou virando sinônimo de espumante italiano.

Lambrusco é um vinho frisante doce (levemente gaseificado) também produzido na itália. Há lambrusco divinos, porém tem muito, mas muito lambrusco bem ordinário. Tem havido um verdadeira invasão destes aqui no Brasil. São vinhos muito ruins que parecem mais aquelas cidras de maçã.

Ufa, é isso....Ficou claro? Como disse, há muito material sobre o assunto...aos leitores que porventura tenham alguma dúvida é só perguntar. Aos poucos irei falando mais especificamente sobre os itens acima com mais informações.

E o famoso Sangue de Boi (Sangue de Buá , Sang des bovins)?

Como gostar de vinhos mais bem elaborados?

Este talvez seja o mais citado vinho como ruim e barato. Brinca-se muito com seu nome tentando inclusive aludir a um suposto nome frances. Muita criativiadade.
Mas afinal, o Sangue de Boi ou similares são vinhos ou não. Sim, são vinhos. Eles são produzidos basicamente da mesma forma que qualquer outro vinho o é, ou seja uvas são esmagadas, o suco mais as cascas são fermentados, filtrado e o resultado é vinho.
Acabam ai as semelhanças.

Este vinho, como tanto outros produzidos no Brasil são vinhos muito simples oriundos de uvas não consideradas viníferas. Normalmente são utilizadas uvas típicas para consumo "in natura"(Izabel, Concord e Seibel). Desta forma o produto final tem pouquíssimo da riqueza e da complexidade que as uvas próprias para vinho tem (Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonay, etc...)
Digamos que é uma bebida produzida de forma simplista e sem nenhuma pretenção.
Há ainda as variações nestes vinhos, onde se adciona açúcar tornado-o um "suave".
Muitas pessoas deixaram de gostar de vinho por causa destes suaves. Por serem docinhos, bebeu-se muito, aliado a falta de qualidade o resultado foi desastroso e as lembraças terríveis.
Muita dor de cabeça e ressaca.
Há quem aprecie e gosto é uma coisa muito pessoal e não condeno gostos. Apenas imagino que havendo a oportunidade provavelmente este apreciador trocaria este vinho por algo um pouco mais bem elaborado.
E ai vai um brincadeira: como levar a "luz" para quem esta nas "trevas"? rsrsrsrsrs
Pois é, tenho um amigo que diz que não quer aprender a tomar vinho bom, pois esta muito feliz tomando vinho baratinho!!!!
Mas, se pretendes iniciar alguém à apreciador de vinho, recomendo começar devagar e com vinhos ainda simples, porém é claro, de melhor qualidade.
Uma boa pedida é um branco (chardonay é imbatível) e ir gradualmente passando para vinhos tintos leves e depois mais encorpados.
Mas é claro, volto a dizer, gosto é algo pessoal demais e deve sim ser sempre respeitado.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Rolha Sintética e Rolha de Cortiça, qual a diferença?

Volta e meia tenho sido questionado por amigos que se surpreenderam ao encontrarem uma rolha "diferente" ao abrirem um vinho. A rolha é meio estranha, muito lisa e parece ser de plástico. Pois bem, elas são de plástico (poliestireno, EVA, etc...) ou mistas, onde se faz uma composição com restos de cortiça e plástico.
De um modo geral, estas rolhas são hoje mais comuns em vinhos mais simples, sobretudo os brancos. Mas há uma tendência bem forte de que cada mais vez se faça uso destas rolhas, pois seu custo é bem menor e ainda têm a vantagem de jamais contaminar o vinho, o que pode acontecer com as rolhas de cortiça (bouchonet, que deixa o vinho com cheiro e gosto de mofo).
Portanto, não necessariamente um vinho com rolha sintética será um vinho ruim.

As rolhas de cortiça são produzidas principalmente por Portugal, Espanha e Argélia. São na verdade a casca de uma árvore chamada Sobreiro. Desta forma, pode-se facilmente imaginar que se trata de um recurso finito e que haverá naturalmente um contínuo aumento em seu custo.



As vinícolas mais tradicionais afirmam que jamais irão fazer uso das rolhas sintéticas, pois elas não permitiriam o que a natural porosidade das rolhas de cortiça permite: a micro oxigenação do vinho, item fundamental no processo de amadurecimento do vinho e de sua evolução.
Por outro lado, alguns fabricantes já anunciam rolhas sintéticas que permitiriam esta característica.
Como se vê é um assunto que levanta polêmica e como tudo no mundo do vinho, muitas discussões apaixonadas.
Em resumo, não fique sugestionado ao abrir um vinho com rolha sintética. E nem fique todo contente pelo fato de seu vinho estar com uma rolha de cortiça. Há muitos outros fatores de irão definir a qualidade de um vinho e este item é apenas um detalhe.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Queijos e Vinhos


Eita combinação danada de complicada. É difícil fazer isto dar certo do início ao fim.
O que quero dizer é que em algum momento ou os queijos se sobrepujam ao vinho ou os vinhos se sobrepujam aos queijos.
E porque isto? Bem, quando pensamos em fazer esta tão famosa combinação, ficamos tentados a colocar os mais variados queijos e os mais variados vinhos.
Ai é que a coisa complica, pois são muitos sabores para combinar.
O que sugiro fazer é não misturar tanto (3 tipos de queijos no máximo e evitando queijos muito exóticos).
Frios próximos (presunto, peito de peru defumado, presunto de Parma, etc..).
Amêndoas, passas, damasco ajudam a manter o paladar "limpo" para os vinhos.
Ah e é claro as indispensáveis torradinhas, com uma pasta de ricota ou algo parecido.
Uma sopinha para entremear e posteriormente fechar a festança cai muito bem e é simples de fazer. Afinal no inverno ficar comendo coisas frias e vinho somente acaba cansando o paladar.
Sei que alguns torcem o nariz, mas há hoje em dia muitas opções de sopas prontas muito boas (a linha Vono da Nestlé por exemplo). Assim você pode providenciar uma chaleira com bastante água quente e a thurma escolhe sua sopinha preferida que pode ser preparada em uma caneca de louça. Simples e bem legal eu acho.
E os vinhos. O que escolher?
Não vale pena sacar aquele seu Brunello de Montalcino ou um Bordeaux guardado a tempos para esta ocasião. Como disse, a misturada é muito grande e certamente um vinho mais nobre irá se perder e não será devidamente apreciado
Uma combinação de pelo menos dois vinhos leves, sendo um branco e outro tinto é uma boa pedida, pois agrada quem gosta mais de um ou de outro, bem como permite também que alguém comece com o branco e vá para o tinto (seqüência de vinho certo?).

Dois rótulos que sugeriria:

Fleur du Cap chardonay - esta no tópico anterior
Montado - alentejo - Portugal , vou falar sobre ele em breve.

Calcule pelo menos 2 taças de cada vinho por pessoa, a depender é claro da disposição dos convidados.

Quanto aos queijos, algo como 2 ou 3 fatias generosas por pessoa costuma ser o suficiente.
Lembrem-se, os queijos tem gordura e satisfazem rapidamente.

sábado, 11 de julho de 2009

Fleur du Cap - Chardonay

Gostei muito deste vinho. Trata-se de um Chardonay sul-africano bem cuidado e não tão óbvio como alguns Chardonay chilenos. Seu cheiro é muito agradável e o sabor é, parafraseando a cerveja, "redondo'.
O último que comprei foi no supermercado Pão de Açucar, seu importador. R$38,00
Vai bem com um prato "branco", como um peixe leve (eu tive a oportunidade de apreciá-lo com um file de truta e ficou muito bom).
Mas, pelo seu equilíbrio vai bem também como um vinho de entrada/aperitivo acompanhado frios e queijos bem leves (Brie com geléia de damasco, por exemplo).

Guardar vinho na geladeira pode?




No tópico sobre temperatura de serviço sugeri fazer uso da geladeira para conseguir aproximadamente as temperaturas de serviço.
Mas e quanto a guardar vinho na geladeira?
Pode ou não pode?
Poder pode, mas basicamente há dois problemas com esta prática:

1 - A não ser que você use a geladeira só para guardar água e cerveja, normalmente há diversos alimentos e principalmente temperos variados, como cebola, alho, alimentos prontos, etc...
Ao manter vinhos por algum tempo na geladeira, poderá haver a "passagem" destes gostos e cheiros para eles.
Veja que estou me referindo a mantê-lo por algum tempo (alguns dias, por exemplo).

2 - Provavelmente você irá também manter este vinho na vertical, o que acelera o processo de ressecamento da rolha, que por sua vez favorece a absorção de cheiros e gostos, além é claro de dificultar a abertura da mesma.

Enfim, não é um pecado mortal, mas não é uma boa prática para se tornar rotina.

E quanto àquela meia garrafa que sobrou do jantar?

Bem, eu pessoalmente acho uma heresia deixar sobrar meia garrafa rsrsrsrs. Mas, o parceiro (a) não gosta, e acaba sobrando mesmo.
Pode guardar na geladeira?
Pode é claro, mas sempre considerando que será por pouco tempo, pois neste caso o processo de absorção de gostos e cheiros será muito acelerado uma vez que o vinho já esta aberto. E em estando aberto, mesmo em um adega climatizada, o vinho naturalmente irá se deteriorar em função da maior quantidade de oxigênio presente na garrafa.
Lembre-se: o vinho esta "vivo" e a oxidação principalmente, vai ocorrer naturalmente.

Se você esta começando a gostar de vinho de verdade, considere a compra de uma adega climatizada. Há modelos bem em conta atualmente que vão desde 6 até 100 garrafas.
Bom, mas isto é assunto para outro tópico. Em breve...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Comprando Vinho na Internet II


Mais uma loja virtual que indico aos amigos. Fiz recentemente um compra com eles e gostei muito. O atendimento foi correto e prestativo. Os vinhos foram muito bem embalados para envio e o frete ficou num valor bem razoável.
Eles também tem sempre alguma promoção interessante e apesar de o número de rótulos não ser numeroso é de boa qualidade e permite portanto, boas compras.
Um dos vinhos que comprei foi o Benjamim Nieto Cabernet Sauvignon. Vinho não sofisticado, porém correto e bem agradável para o dia a dia. R$18,80 mais frete.

http://www.menuespecial.com.br/


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Temperatura de Serviço


Temperatura de serviço é a temperatura correta a qual os vinhos devem ser servidos. Esta preocupação advém do fato de que, dependendo do vinho (tinto, branco, espumante) sua temperatura ao ser servido influencia em muito em seu sabor e características.

Há inúmeras tabelas definindo quais seriam estas temperaturas, tanto para vinho tinto encorpado, tanto para vinho mediano, tanto para vinho ligeiro. Acho complicado tentar acertar valores que variam 1 °C ou 2 °C, pois afinal ninguém fica com um termômetro medindo a temperatura do vinho o tempo todo.

Há ainda aquela máxima que diz que vinho tinto deve ser servido a temperatura ambiente, e todo mundo sabe que esta temperatura ambiente provavelmente se refere às temperaturas ambientes dos países produtores mais relevantes, onde o clima é temperado.

Bom, o que fazer então nós encalorados que vivemos nos trópicos?

Primeiramente vamos definir quais seriam as temperaturas mais adequadas:

Eu uso a seguinte tabela básica de temperatura de serviço:

Vinhos Tintos: 16 a 18 °C

Vinhos Brancos: 10 a 12 °C

Espumantes: 6 a 8 °C

Desta forma fica a regrinha 16/18 – 10/12 – 6/8

Como obter estas temperaturas de forma simples e principalmente sem um termômetro (que cá para nós, é bem estranho voce ficar tomando a temperatura de um vinho enquanto os amigos esperam ansiosos com suas taças vazias, não é mesmo?).

Se você não mora na serra com eu, dificilmente vai ter uma temperatura ambiente de 16/18 para os tintos certo. O que fazer então?

Se você não possui uma adega climatizada, como eu (cara chato heim!), faça o seguinte:

Não faça estoque de vinhos em casa, pois mesmo em um cantinho escuro, em cidades típicas como Rio de Janeiro, a temperatura supera facilmente os 20 °C e vai a 30 °C com freqüência. Nestas temperaturas a deterioração do vinho é bem rápida.

Compre o vinho um ou dois antes de servi-lo.

Para os tintos, coloque-o na porta da geladeira cerca de 30 min antes de servi-lo.

Agora se a temperatura ambiente estiver batendo os 35 °C vamos combinar, vá para o bar da esquina e peça um belo chope com colarinho rsrsrsrs....

Para brancos, seguindo o básico acima, coloque o vinho no congelador por também 30 min antes de servi-lo.

Para espumantes, aumente mais 10 min, totalizando 40 min.

Tanto para os brancos quanto para os espumantes um balde de gelo seria importante para então manter a temperatura obtida na geladeira.

Meio a meio, água com gelo para os brancos e bastante gelo para os espumantes.

Para os tintos jamais faça uso do balde com gelo, pois a temperatura cai muito rápido e o vinho fica bastante comprometido. Você vai sentir os taninos muito presentes (boca apertando tal como quando se come banana verde ou caqui com cica).]


O que acontece quando você serve os vinhos em temperaturas muito diferentes das mencionadas acima?

Tintos:

Muito acima - o vinho fica muito alcoólico, quase doce. O sabor e o buquet desaparecem completamente.

Muito abaixo - o vinho fica muito tânico, apertando a boca e da mesma forma o sabor e o buquet desaparecem.

Brancos:

Muito acima - o vinho fica muito alcoólico também e perde sua principal característica que é o frescor e a acidez.

Muito abaixo - o vinho literalmente some, pois esta muito gelado.

Espumantes:

Muito acima - vale o mesmo que para os brancos.

Muito abaixo - vale o mesmo que para os brancos e ainda ele pode até congelar ficando arruinado







quarta-feira, 1 de julho de 2009

Abrindo uma garrafa de vinho

Ai esta um video mostrando a forma correta de se abrir uma garrafa de vinho fazendo uso do abridor de 2 estágios que mencionei anteriormente.
O passo a passo seria o seguinte:
1 - Com o estilete da parte posterior do abridor corte o encapsulamento da garrafa. O ideal é tentar fazer isto sem girar a garrafa, mas não é nada tão fundamental assim. O importante é que não fiquem arestas do encapsulamento ou que com um corte mal feito, você fique com dificuldades de retirá-lo. Mas não se desespere, caso algo de errado, não tenha dó, corte todo o encapsulamento fazendo um corte de baixo para cima e pronto.
2 - Feche o estilete (isto é importante, pois você pode se cortar acidentalmente), abra o encaixe e o sem-fim.
3 – Posicione o sem-fim no centro da rolha e introduza o máximo que puder.
4 – Gire então o abridor até que praticamente todo o sem-fim esteja inserido na rolha.
5 – Encaixe o primeiro estágio na borda da garrafa. Você deve manter o encaixe no lugar com a mão esquerda, pois certas garrafas têm a borda muito lisa ou abaloada e o estágio escorrega.
6 – Faça o movimento de alavanca com a haste do abridor. Quanto mais recuado posicionar a mão, menor será a força necessária.
7 – Quando cerca de metade da rolha já estiver retirada, troque o estágio, lembrando-se antes de reposicionar o estágio anterior.
8 – Faça então o segundo e último movimento de alavanca. Faça-o bem lentamente, pois pode espirrar um pouco de vinho.
Pronto, agora é só aproveitar o seu vinho.